terça-feira, 29 de outubro de 2019

SENSORIALIDADE NA ARTE


A postagem https://portfoliolisianenegreiros.blogspot.com/2018/04/os-bebes-e-as-criancas-pequenas-pikler.html aborda o  protagonista infantil no seu processo de desenvolvimento, através de uma  formação pautada na observação e na reflexão. É na presença respeitosa e afetuosa do adulto que a criança pequena explora, brinca, conhece o mundo que a cerca e conhecer-se. No mencionado texto trago apenas a fala de uma parte desse protagonismo, embora esse tema tenha vários assuntos, irei me ater a um especifico que nos últimos tempos tenho tomado consciência de sua importância no processo educacional das crianças :Artes.
As crianças desde o nascimento estão aprendendo algo sobre o mundo e,  elas não carecem apenas de cuidados necessários, mas o quanto antes de estímulos que desenvolvam seus sentidos e sua intelectualidade, nessa afirmação cito o trabalho artístico como uma das formas de tais incentivos é proporcionar a manipulação livre de instrumentos diversos para que elas aprendam a explorar o mundo à sua volta.  O primeiro passo é criar meios para que essa criança se familiarize com os recursos,  pois elas são capazes de mexer com diversas substâncias e experimentar instrumentos variados, desde que sob a orientação de um adulto. A criança deve experimentar a Arte de forma livre, segura e os pais e professores devem assimilar que é uma brincadeira transformada em expressão e criação.
A proposta traz um grande desafio para educador e educando, ou seja, como trabalhar Artes, um tema que a principio parece difícil com berçários, porém a experiência mostrou o contrário, bem como para a criança deve ser oportunizado contatos reais, onde possa sentir dentro de suas descobertas as sensações exatas do que lhe é proposto:

A criança, essa criatura por excelência tátil, tem olhos nas mãos. Só quase sabe ver com as mãos, ver com os olhos não lhe basta, pois o campo de repercussões por ela almejado é das mais recuadas impressões corpóreas. A tatilidade  é seu mais poderoso recurso imaginador, a porta do vínculo onírico com tudo. Pela tatilidade, ela não apenas vê como também ouve e empenha diálogo com os materiais. PIORSKI, 2016, p.109.

O autor ainda nos proporciona maior clareza ao afirmar que “O tato é a mãe dos sentidos, pois a pele, esse imenso órgão comunicador entre o corpo e o mundo, é o abrigo e a base de toda a sensorialidade” (PIORSKI, 2016, P. 111).
Referências bibliográficas:
PIORSKI; Gandhy.  Brinquedos do Chão. A natureza, o imaginário  e o brincar. Ed. Petrópolis, 2016.


quinta-feira, 24 de outubro de 2019

UM EXEMPLO REAL


" [...] Acredito em crianças aprendendo, com o nosso apoio e encorajamento, as coisas que elas querem aprender, quando as querem aprender, da forma como as querem aprender e porque as querem aprender." John Holt





A importância do Estágio https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6109726530448589034#editor/target=post;postID=3452949051651892672;onPublishedMenu=template;onClosedMenu=template;postNum=12;src=link  foi um texto produzido do qual elencava algumas reflexões se fizeram presente para progredir no mesmo. Ao retomar a leitura do mencionado artigo relembrei de um episódio ocorrido durante essa época, do qual se tornou marcante e trago como forma de ilustração dessa escrita. Porém antes de adentrar ao episódio suscitado reafirmo que a fase do estágio é o momento de despertar a consciência critica, refletindo em ação e dessa ação a transformação. Diante da alegação ficará compreensivo o exemplo que trago a seguir. 

A proposta do estágio não ocorreu na integra devido os ensaios para a festa junina que ocorreu no dia 15 de junho (sábado). Extraindo  o tempo que realizamos a rotina com os alunos ficou apenas o horário para realizarmos os ensaios diariamente com a turma.  Penso que levar os pequenos para irem socializando para a apresentação foi de grande valia, assim no dia da festa não houve choros, medos ou sustos, mas em algo que já estavam familiarizados. Tal experiência reforçou a importância  dos bebês em participar dos eventos da escola, desde que respeitados suas necessidades, condições físicas e emocionais.
Naquela semana todo o ambiente escolar ficou envolvido nos preparativos da festa e as crianças demonstravam satisfação em participar desse momento, assim, deixei o planejamento de lado e fomos explorar o que estava acontecendo no ambiente escolar.
Ao levar os alunos para serem protagonistas dessa festa, me deparei com a dificuldade de administrar a rotina escolar, pois o tempo  é pontuado de forma a cumprir os horários de alimentação, higiene, proposta pedagógica e o descanso. De fato não havia condições para tudo, então resolvi deixar o planejamento de lado e atender a alegria, a curiosidade das crianças, mas respeitando a organização do tempo, para tanto busquei meu posicionamento na seguinte afirmação:

Reforçar a criação de uma rotina dentro da escola também é educativo. As crianças aprendem sobre a passagem do tempo e convenções sociais, incluindo os horários para se alimentar e cuidar da higiene. Essa noção de rotina também transmite segurança. Afinal, como as crianças pequenas ainda não sabem olhar as horas para se situar no tempo, ter uma rotina com momentos que se repetem todos os dias, ajuda a prever o que está por vir [grifo nosso], diminuindo a ansiedade e agitação. [...] alguns horários precisam ser fixos, outros não. E cabe à esquipe gestora e aos professores fazerem esse exercício, determinando o que posse ser flexibilizado e qual o limite. PINHO[1],2019, p.25.

Assim, em vez de preocupar-me em aulas centradas optei em proporcionar  algo novo para os alunos e que não encontrava-se na contra mão da proposta  do Projeto de Estágio, pois é possível criar ambiente de interação com outras crianças de faixas etárias diferentes, ao mesmo tempo, ter os cuidados exigidos na rotina e ofertar, a elas, o direito de interagir com o meio ambiente e a natureza.
Referência:
PINHO. Fernanda. Nova Escola, BNCC na prática. Tudo que você precisa sabre sobre Educação Infantil. Associação Nova Escola e Fundação Lemann. Disponível no endereço eletrônico https://nova-escola-producao.s3.amazonaws.com/JdyDVYh3RNcpRqKe2UDdaH5hPjDUZbFbqfWu6gkg9jPzZ8wKaCgXwN8MpmGa/bncc-educacao-infantil--ebook-nova-escola.pdf, acessado em 17 de junho de 2019.


[1] Consultora: Fernanda Pinho, mestre em educação e coordenadora de projetos do Instituto Natura

BULLING versus MOTIVAÇÃO

Na postagem  Escola e Realidade https://portfoliolisianenegreiros.blogspot.com/2018/06/escola-e-realidade.html abordamos os desafios da escola se fazer presente de forma continua, afetiva e interessante frente aos novos tempos, bem como, atender as demandas do mercado e que por ora, ainda, encontramos um ambiente educacional controlador com o intuito de tornar dócil a consciência através de um indivíduo normatizado. 
Poderá alguém ler o primeiro paragrafo do texto acima e remeter  o pensamento para as escolas de adolescentes e adultos esquecendo, por segundos, que tal problematização começa na base da educação, ou seja, nos primeiros anos da infância educacional. Quando menciono que a educação deve ser continua no sentido de ofertar seguimentos às necessidades e curiosidades dos alunos adultos, dos pequenos, isso inclui os bebês. Afetiva no tange o papel do professor e sua postura frente aos educandos, em especial, no âmbito da Educação Infantil, cito como exemplo a questão da auto estima (condição que o individuo possui para gostar de si mesmo, sentir confiança e amado) e esse processo não se instala de uma hora para outra, mas tem origem na infância. No entanto, observo algumas praticas corriqueiras no ambiente infantil às simpatias que os adultos desenvolvem em relação a algumas crianças, a colocação de apelidos, condição social, religioso ou etnia. Observo que ao praticar tais comportamentos esses educadores apresentam o referido gesto como uma forma de demonstração de afeto, brincadeiras de cunho "engraçados", contudo é perceptível a ausência de conhecimento e consciência que esse mal causa aos alunos.
Outro posicionamento que amadureceu nessa fase final de semestre trata da questão de estimular a curiosidade pelo saber em nossos educando, questão oportuna  de indagação para elaborar o  planejamento do estágio. Logo, ao sentar para produzir as propostas, em cima do que a turma almejava, sentia uma preocupação de como planejar, o que elaborar para que a turma estivesse sempre motivada a produzir saberes em troca com seus pares. Com o transcorrer do estágio percebi que para ter uma  turma motivada teria que observar mais, pois através desse ato iria identificar suas expectativas e necessidades individuais ou coletivas.
Duas questões que foram indagativas nos últimos semestre da faculdade: a questão do bulling realizado pelo educador em relação a criança e, na maioria das vezes o pratica sem a menor consciência do crime ou o mal que faz para a auto estima do aluno. Aliás escrevendo aqui esse assunto, percebi o quanto é escassa textos que abordam esse tema, ao menos, não tive a oportunidade de encontrar leituras nessa área. Outra amadurecimento que alcancei trata da questão de manter a turma motivada e curiosa pelo saber. Tal preocupação antes era recorrente, porém com o passar dos  tempos  descobrir, através de leituras, que há uma sugestão fácil de praticar: a observação  e a escuta -  saber escutar os  alunos é uma oportunidade impar para colhermos dados para o planejamento. O saber ouvir é indispensável no ato de educar.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

BLOGGER, PORQUE NÃO TE QUERER BEM!

No início do curso de Pedagogia da UFRGS tínhamos,  entre outras propostas, elaborar uma postagem por semana para alimentar o blogger. A tarefa naquela época era árdua porque não tinha o hábito da escrita e não possuía o discernimento do que era tal ferramenta. Outro sim, cabe dizer que não era uma escrita qualquer, mas que esta trouxesse relação  entre o que estudávamos com a prática em sala de aula.  Digo que não era fácil, pois ainda não tinha amadurecimento para fazer essa união. Hoje revisitando vejo quão simplória e  ausentes   de uma maturidade na escrita, contudo não era o blogger em si que sacrificava, mas o escasso hábito da leitura, por consequência, a dificuldade de ler, interpretar e casar com as experiências da escola. 

 O tempo foi passando e as dificuldades diminuindo, ao ponto de maturar a ideia de que escrevia algo para alguém, logo tinha que ter a preocupação, ao escrever, de me colocar no lugar do leitor. A primeira necessidade aplacada foi aumentar as leituras, refletindo numa  melhor escrita e  na diminuição quanto  a insegurança ao defender ideias (leituras possibilitam riquezas nas argumentações). Não afirmo que o  conjunto elencados acima me tornou eximia na escrita, pelo contrário, ganhei consciência que tenho muito para amadurecer. 

Hoje desenvolvi o prazer pela escrita e percebi o quão ela é organizadora dos pensamentos, nos traz reflexão acerca de nossas concepções, em especial, quando retomamos em assuntos escritos em tempos passados. Nos possibilita registros sobre as ideias de algo que naquela momento nos parecia uma opinião assertiva. Na escrita temos a oportunidade de reparar os erros, reforçar entendimentos e de nos  comunicarmos sem o contato físico com o outro. Algo que comecei detestando, hoje é a menina dos meus olhos no tange meus conhecimentos, reflexões e mantém viva a sede pelo escrever e pesquisar os saberes. Lendo, relendo, deixando descansar o texto, reformulando, avaliando a escrita com questionamentos interessantes e com fundamentação anexadas.

GLOBALIZAÇÃO PARA TODOS


Na  postagem https://portfoliolisianenegreiros.blogspot.com/2017/01/ensino-globalizado.html menciono a importância do ensino ser globalizado, existência de uma política integrada, reformas educacionais coerentes e a participação da  sociedade como um todo. Quando menciono a participação da sociedade digo em âmbito geral, pois nesse primeiro texto deixei de mencionar a necessidade de termos  políticas proativas para os portadores de necessidades especiais. Não basta que essa  globalização contemple tal categoria, mas necessário que todos os envolvidos estejam capacitados pra um só resultado: CONSTRUÇÃO DO SABER! E o trabalho desenvolvido de acordo com os pressupostos de que o conhecimento é construído de maneira compartilhada, cooperativa entre os sujeitos  que compõem o universo.

Digo isso porque a  educação especial, embora tenhamos leis que abordam diversas necessidades, ainda carece de mais aprofundamentos quando falamos em globalização.  Observo no cotidiano escolar uma lacuna entre escola, profissionais e família desses alunos. Na maioria das vezes eles nos chegam sem laudo – a ausência do documento não significa impedimento de receber assistência adequada, porém toda informação clinica será bem vinda para facilitar  o trabalho do professor. Há casos que trabalhamos por hipóteses, sem ter conhecimento do grau de deficiência do aluno. Esse é um ponto, outro que gostaria de apontar é a falta de recursos ou salas adequadas para que tenhamos suporte de apoio, tanto para o educando, educador e familiares. 

Para exemplificar melhor a escrita suscito a questão dos surdos e mudos. No dia a dia sem domínio de uma linguagem apropriada para ser comunicarem, acabam criando dialetos entre o grupo social que frequentam ou até mesmo entre a família, esta por sua vez não possui domínio de libras, logo criando um código de mimicas. Quando esse aluno chega à escola se depara com outra forma de comunicação, logo a confusão e a dificuldade estar  implantada – duas formas de expressar paralelas (o da família e o da escola). Nessa vertente percebo que é a maior dificuldade, como professora, é contornar esse problema que já flui de forma cultural para esse aluno e sua família. Dessa forma, quando falamos em globalização de ensino devemos pensar, primeiramente, não no sentido macro, mas sobretudo na raiz da palavra , ou seja, num processo que ocasione uma integração, ou ligação estreita entre familia, educadores, educando, políticas públicas ativas e a sociedade apta a receber tal público.

Independente das dificuldades acima apontadas, devemos ser criativos e reflexivos em nossa conduta para proporcionar ações educativas que tenham sentido para os alunos especiais – interação social, afetividade e o acolhimento são fatores fundamentais para o sucesso da aprendizagem, nesse sentido estaremos ofertando estímulos e evitando apatia e desmotivação algo comum nas salas de aula, devido as dificuldades que esse grupo tem em  socializar. 


domingo, 11 de agosto de 2019

CALIGRAFIA - ALGUNS CRITÉRIOS

Embora tenha avançado nos estudos e amadurecido nas escritas, ainda mantenho algumas convicções porque vejo que para haver certos procedimentos na educação deve haver obediência em alguns critérios. Nessa posição trago a escrita Caderno de Caligrafia, onde de inicio suscitei a necessidade ou não desse recurso,  https://portfoliolisianenegreiros.blogspot.com/2018/04/caderno-de-caligrafia.html

Assim realizei novas leituras e conversei com pais e professores do ensino fundamental, onde todos sinalizaram a favor do uso da caligrafia. Contudo não trouxeram a tona alguns apontamentos que vejo necessário para o uso de tal recurso para que tenha significado e motivador para o educando. 

Primeiro a questão do belo (letra bonita) tal justificativa impõe sem respeitar a subjetividade do que é de fato "belo". O que é belo para o professor? Para ele, educador, ou para a criança? Temos que cuidar em não impor para as crianças os padrões dos adultos. Segundo, é comum tal proposta ter cunho punitivo ou moral, mesmo sutil, mas temos antes de tudo chamar pela nossa  consciência a necessidade dessa escrita para o aluno. 

Passado esse momento partimos para a  terceira fase que é observar o amadurecimento do processo psicomotor (tônus muscular/pressão do lápis), a criança deve ter superado a fase da alfabetização, para então regularizar a dimensão da letra  e aos poucos  conquistar agilidade na escrita. Notificado esses preceitos a caligrafia pode ser uma ferramenta para o auxílio educacional e prazerosa para o aluno avançar nos estudos, como: letra legível, escrita compreensiva, facilitando seus estudos e melhora nos rendimentos escolares.

sábado, 3 de agosto de 2019

OUVINDO ALICE


Vamos refletir foi uma escrita elaborada com o objetivo de trazer reflexões sobre o saber ouvir as crianças, sem impor nossa linguagem que julgamos corretas  do mundo dos adultos. O ouvir desacelerado, saber perguntar e ouvir as respostas proporciona ao aluno descobrir, formular hipóteses contextualizadas e completa.

Ao assistirmos o vídeo intitulado Filosofia da Educação - Complexidade e Interdisciplinaridade (2/2) do antropólogo, sociólogo e filósofo francês Edgar Morin, https://youtu.be/QyVw29eczIo, podemos fazer uma analogia para a importância de  saber ouvir a criança, conseguiremos entender os caminhos que elas percorrem para elaborar seu conhecimento/sentimentos, logo elaborando um raciocínio organizado, sequenciado e complexo, este último, no sentido de relacionamento entre si. 

Quando exercemos a escuta com nossos alunos, estamos disponibilizando o surgimento de algo novo para ambos, em especial para a criança que sentirá compreendida. Esse saber escutar a criança vai trazer qualidade para a relação entre professor e aluno, possibilitando descobrir a individualidade de cada um e como podemos elaborar o caminho prazeroso para o seu  conhecimento.

Como exemplo da importância dessa comunicação, ou o que ela (criança) tenta nos dizer,  trago a história de uma aluna chamada Alice de um ano e meio. Alice falava pouco até meados do ano. De repente começou a falar somente uma frase repetidas vezes durante o sua estádia na escola, mas isso, geralmente, acontecia nos primeiros dias da semana. Ao mesmo tempo que pronunciava a frase, que de inicio era incompreendida por nós, seus olhinhos enchiam de lágrimas e estendia  seus bracinhos  para o auto pedindo colo.  Começamos a observar sua fala e  o que queria nos dizer, até que conseguimos identificar duas palavras:  "papa" seguida da palavra "aga". 

Diante de tal apontamento indagamos a mãe se ela tinha conhecimento de tal atitude da filha. Para nossa surpresa a mesma afirmou que sim, nos contando o real significado da conduta da filha.

 - Profê, ela quer dizer: Papai água, assim que ela chama o pai dela em casa. Porque o pai dela trabalha de salva vidas.

 Ela nos disse que o pai da Alice é bombeiro e atua  na praia como salva vidas. Ao término da temporada de verão retornou para Porto Alegre onde trabalha de segunda a sexta,  voltando para casa somente nos finais de semana. 

Compreendemos que Alice chorava pela ausência do pai e que, geralmente, no inicio da semana essa saudade era mais intensificada, pois passava o final de semana em contato com seu progenitor. Assim, ao darmos ouvidos para o que Alice estava nos dizendo identificamos a real causa de sua dor, ao mesmo tempo que propomos a ter um olhar mais afetuoso para ela nesses dias.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

AVALIAR NÃO É UMA QUESTÃO SIMPLES!

Quando escrevi sobre o tema Avaliação na educação infantil, posicionei contrário sobre tal necessidade, pois os alunos estão em desenvolvimento, o que nesse caso poderia ocorrer falhas no apontamento do professor, pois este poderia deixar  de mencionar algo que pudesse passar despercebido na hora de avaliar, ou deixar de relatar algo que julgasse sem importância para si, mas para a criança foi um feito significativo. 

Hoje revejo meu posicionamento no sentido que a avaliação é uma ferramenta para auxiliar o processo educativo, mas não como uma forma de classificar ou rotular, ou seja, um ato flexível por parte de quem avalia, ao mesmo tempo que ao ler um parecer descritivo, por exemplo, esteja narrado de forma contundente para que alguém leia e consiga reconhecer na escrita aquela criança da qual está sendo descrita. 

Se por um lado a escrita deve ser fidedigna em relação ao aluno do qual estamos narrando, por outro elaborar essa escrita não parece tão fácil assim. Ao registramos algo em um documento estamos nos comprometendo a não constranger o aluno, o grupo social a que pertence ou questão familiar, assim ficamos, na prática, receosos de apontamos algo que seja desaprovado   ou sermos mal interpretados pelas familias desses educandos. Muitos pais negam atos ou fatos que seus filhos realizam na escola e a própria instituição tem receios de uma desaprovação. Percebo professores escrevendo suas avaliações e esta indo e vindo para fazer correções solicitadas pela equipe diretiva, ou seja, não há uma liberdade de escrita por parte dos educadores em averbar como de fato seu aluno produz, rejeita ou se omite no processo de aprendizagem, bem como os caminhos que o levam a produzir conhecimento.

Depois que escrevi o primeiro texto sobre Avaliação, comecei a ler sobre o tema que trazia sugestões, como avaliar? O que avaliar? E a importância de avaliar. A questão, nesse texto aqui, não é trazer averbações de teóricos, mas exemplificar na prática como é delicada a questão. E a conclusão, que por hora tenho, é um tema que carece de muito aprofundamento, debates entre os envolvidos no processo educacional e que ao avaliarmos, nós professores, tenhamos em mente que tal processo não deve ser algo definitivo, mas em construção e que esse apoio pedagógico serve para apontar falhas, sucessos, avanços e reflexão para todos - professores, alunos, pais e a instituição escolar.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

SURDOS - ACOLHIMENTO PARA TODOS

Escrevendo sobre a experiência que tive com Saulo, o menino autista,https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6109726530448589034#editor/target=post;postID=6449349026192986506;onPublishedMenu=template;onClosedMenu=template;postNum=6;src=postn fiquei empolgada que desejei escrever sobre outro tema que é a questão dos surdos no cotidiano escolar, familiar e social.

Embora tenhamos leis - bem elaboradas,  que abordam diversas necessidades, ainda carecemos de mais aprofundamentos quando falamos em colocá-las em prática. Observo no cotidiano escolar uma lacuna entre escola, profissionais e familiares desses alunos surdos. Na maioria das vezes eles chegam sem laudo – a ausência do documento não significa impedimento de receber assistência adequada, porém toda informação clinica será bem vinda para facilitar  o trabalho do professor. Há casos que trabalhamos por hipóteses, sem termo conhecimento do grau da surdez do aluno. Esse é um ponto, outro que gostaria de apontar é a falta de recursos ou salas adequadas para que tenhamos suporte de apoio, tanto para o educando, educador e familiares. 

Independente das dificuldades acima apontadas, devemos ser criativos e reflexivos em nossa conduta para proporcionar ações educativas que tenham sentido para os alunos surdos e os não surdos – interação social, afetividade e o acolhimento são fatores fundamentais para o sucesso da aprendizagem, nesse sentido estaremos ofertando estímulos e evitando apatia e desmotivação algo comum nas salas de aula, devido as dificuldades que esse grupo tem em conhecer libras e a língua portuguesa. 

No dia a dia sem domínio de uma linguagem apropriada para ser comunicarem, acabam criando dialetos entre o grupo social que frequentam ou até mesmo entre a família, esta por sua vez não possui domínio de libras, logo criando um código de mimicas. Quando esse aluno chega à escola de depara com outra forma de comunicação, logo a confusão e a dificuldade estar  implantada – duas formas de expressar paralelas (o da família e o da escola). Nessa vertente percebo que é a maior dificuldade, como professora, contornar algo que  já é cultural para esse aluno e sua família. Por isso defendo a ideia que o trabalho pedagógico deve ser estendidos aos familiares desses educandos, como forma de realizar algo em conjunto e conscientizar todos no processo educacional que a união traz a força.

SAULO

 Retomando a leitura do textohttps://portfoliolisianenegreiros.blogspot.com/2017/11/inclusao-escolar-e-autismo.html   nos possibilitou uma nova  reflexão sobre o tema, do qual afirmo que é possível mudarmos nosso viés de tudo o que nos foi ensinado calcados em tempos remotos, desde que, tenhamos motivação para ir em busca do saber com a finalidade de derrubar tabus de nós educadores sem nenhuma base cientifica, apenas pela dedução do preconceito.Assim trago um relato real de uma experiência  com um aluno especial, onde as dificuldades não foram obstáculos para desenvolver um bom trabalho entre nós. 

A história  que trago não possui um padrão técnico, pois antes mesmo de começar o relato penso que se faz necessário falar sobre minha experiência com alunos especiais, ou seja, tenho 5 anos que trabalho na educação infantil e nesse período tive oportunidade de acompanhar dois alunos, um com síndrome de Down e o segundo autista. Irei me ater ao segundo caso por se tratar de um grau de autismo elevado, exigindo muita sensibilidade, observação e reflexão perante esse aluno.

 Saulo , chegou em nossa escola com 3 anos de idade e com comportamento de um bebê de 1 ano. Passava os dias dentro de um carrinho de nenê por toda parte da escola. Quando não estava chorando, estava dormindo. Para controlar sua fúria, a família trazia na mochila de Saulo guloseimas das mais variadas espécies, assim todos tinham a certeza que o aluno iria passar o dia na escola sem criar “problemas”. Por onde passava, via Saulo dentro daquele carrinho e isolado da turma, entre outras cenas, essa me incomodava muito, pois me questionava em silencio se era inclusão ou um isolamento social velado?

Com o tempo me tornei professora auxiliar de Saulo, assim pudemos  observar, refletir sobre suas crises severas e choro quando contrariado. Com cautela descobrir que a mãe o medicava de acordo com sua conveniência, além de domesticá-lo com doces. A essa altura dos acontecimentos Saulo não podia mais entrar no refeitório que avançava em que estava comendo ou tentava invadir a cozinha a qualquer preço. A comida era seu refúgio. Como não tenho experiência na área de AAE e sem respaldo de profissionais capacitados fui agindo conforme minha intuição e o que observava em seu comportamento. O primeiro passo foi identificar em Saulo o que era uma crise de uma birra. Partindo desse pressuposto fui criando estratégias para evitar o que lhe desestabilizava. De inicio, como a medicação dele não era ministrada corretamente pela família, parte dessa irritabilidade poderia ser sono ou remédios que alteravam seu comportamento, diante do primeiro ponto levantado, disponibilizei um colchonete dentro da sala de aula, num canto mais reservado da turma, para poder ser acomodar no momento que julgasse necessário. Passado duas semanas começamos notar uma mudança no comportamento de  Saulo, desde a sua chegada na sala de aula. Tinha dias que ia junto para turma, outros ia direto para seu canto. Ficava certo tempo, vinha para o grupo e retornava para seu colchão. Percebi que essa liberdade o deixava sereno e seguro para se afastar do grupo quando se sentisse incomodado. O segundo momento com Saulo foi trabalhar o  acesso ao refeitório, a geladeira e a cozinha da escola. Começamos a ser mais firmes em nossas palavras, e demonstrar que tínhamos o horário certo para nos alimentar, em conjunto, tivemos a preocupação de leva-lo ao refeitório em momentos mais silenciosos para que pudesse apreciar o alimento de forma calma e sem os sons que tanto o irritava.

Chegamos ao terceiro momento e já no final do ano letivo com Saulo indo, sorridente, para sua rede instalada no pátio da escola. Lá ele ficava horas contemplando as nuvens, o céu, o sol... ou algo mais que ele demonstrava em seu semblante. Quando desejava ir até o grupo levantava da rede e ia ao encontro dos amigos, andava entre eles, pegava algum objeto contemplava e retornava a sua rede. Ao final, quando algo não se sentia bem, ia por conta própria para sua rede ou nos sinalizava que queria retornar para a sala de aula.

Esse é um relato de como a reflexão e a sensibilidade pode nos ofertar recursos, mesmo sem apoio de um profissional capacitado, perante um aluno especial. A falta de recurso não é uma excludente para negar a socialização dos mesmos. A vida de Saulo progrediu muito depois que teve a oportunidade de conviver  em grupo e ter direitos e limites respeitados.







segunda-feira, 29 de julho de 2019

OBEDECER, UMA QUESTÃO AFETIVA.

Apos algumas releituras do texto Obediência, observei que suscitei as fases que a criança passa para alcançar um nível de compreensão mais elaborada em relação ao que lhe é solicitado, inclusive trazendo  os ensinamentos de Maria Montessori. Suscitei, no texto, as admirações dos pais contemplando seus filhos realizando feitos que no seus lares não realizam, nos indagando admirados:

- Profê, em casa ele não faz isso!! Como ele é obediente na escola!

Em termos epistemológico encontramos  a justificativa que é na primeira infância (0 a 5 anos) que as crianças constroem suas bases cognitivas, ou seja: moral,emocional, social. O desenvolvimento intelectual deve caminhar em conjunto - cognitivo e afetivo. Estando atento as esses quesitos a criança desenvolverá melhor, entre outras áreas, a vontade que se presume na obediência.

A obediência deve ser banida de medos, ameaças, punições ou moeda de troca, mas ser objeto de trabalho nas questões pedagógicas, que por sua vez suscitarão as questões sócios emocionais.

Atender aos pedidos do professor  estar atrelado as questões afetivas que esse  educador possui com seus alunos e, esse mesmo resultado deve ser estimulado entre as crianças, ou seja, estimular o carinho entre elas porque podem ensinar uma às outras, tendo reflexo na diminuição de conflito e aumentando a sociabilidade.

João Amos Komensky, que se tornou mais conhecido pelo seu nome latinizado Comenius – que abrasileiramos em Comênio há mais de 300, em sua obra Didática Magna, já mencionava a importância de um bom relacionamento entre educando e educador para o sucesso da aprendizagem.  – a importância da afetividade no processo educacional, temos que trazer e cativar o aluno, pois a educação se dá no mundo da convivência, bem como no interior do individuo e no principio da transferência.                              
                                         

fonte de leitura:

DOLL, Johannes; ROSA, Russel Teresinha Dutra da. A metodologia tem história. In: _______ (orgs.). Metodologia de Ensino em Foco: práticas e reflexões. Porto Alegre: UFRGS, 2004, p.26-29.

MONTESSORI, Lar. As crianças obedecem quem elas admiram. Disponível no endereço eletrônico https://larmontessori.com/2018/03/11/as-criancas-obedecem-quem-elas-admiram/ , acessado em 29 de julho de 2019.






domingo, 28 de julho de 2019

EDUCAÇÃO: O PERIGO QUE RONDA

As nossas escolas transformaram-se em fábricas enormes para a produção de robôs. Nós já não mandamos os nossos filhos para a escola para serem ensinados e para que lhes sejam dadas ferramentas para pensar; nem sequer para serem informados ou adquirirem conhecimentos, mas para serem "socializados" - o que, na semântica actual significa serem submetidos ao sistema e forçados a se conformar." Robert Lindner, (1956)
Robert M. Lindner (14 de maio de 1914 - 27 fevereiro de 1956) foi um escritor e psicólogo americano, mais conhecido como o autor do livro 1944 Rebelde Sem Causa https://pt.qwerty.wiki/wiki/Robert_M._Lindner , analisando sua frase, percebemos que em certos momentos da história avançamos no campo da Educação, porém o cenário atual nos deixa desejosos diante de tantas reformas atingindo o ensino brasileiro, cortes de verbas e incertezas diante de nossa economia. A conjuntura do momento é impactante para toda a sociedade, em especial, aos jovens em relação ao mercado de trabalho, este mais caótico, desemprego em massa e inflação. Nessa expectativa os membros mais novos das famílias, na grande maioria, terão que abandonar os estudos para contribuir no orçamento doméstico.
Após a  introdução passo a discorrer sobre posicionamentos já defendidos no texto escrita Escola e Realidade, porém aqui nessa escrita tenho a intenção de reescrevê-lo sob o julgo do nosso cenário político atual e o papel da escola nessa realidade. Falamos do cenário econômico e a  escola por sua vez onde estar o seu papel? Será que continua tenaz, em sua maioria, impondo certos modos de conduta como tornar dócil a consciência do aluno? Atendendo as exigências mercantis e com pouca preocupação ao desinteresse do estudante pelo conhecimento? Progredimos muito em ofertar um ensino de qualidade, mas temos muito a trilhar. 
A frase, embora do século passado nos convida para uma reflexão contemporânea e, respondendo os questionamentos acima precisamos nos manter vigilantes em nosso ofício com o objetivo de formamos cidadãos críticos, livres através do conhecimento, pois só este pode libertar. Toda prática educativa deve facilitar a (re)construção do conhecimento experiencial do aluno - ter sentido ao que se aprende.

sábado, 27 de julho de 2019

INDEPENDÊNCIA E AUTONOMIA


Fui pesquisar, nas escritas do blogue, algo que remetesse ao tempo que iniciei no Berçário II, com o intuito de relembrar quais os questionamentos que suscitava naquela época. Encontrei na publicação, Os bebês e as crianças pequenas (Pikler), uma sucessão de apontamentos de alguém que estava iniciando uma nova jornada em algo desconhecido naquela fase de estudante de Pedagogia. Por outro lado via a oportunidade de colocar em prática os novos conhecimentos que a faculdade estava me proporcionando aliado a responsabilidade de trabalhar com crianças bem pequenas, cujo seus universos estão em pleno vapor. 

Instintivamente trouxe para aquele texto, naquela época, duas palavras que até hoje são minha bússola: independência e autonomia. Contudo, hoje entendo, que já estava me referindo em algo que futuramente iria conhecer melhor: proporcionar a criança ser  protagonista no seu processo de conhecimento. 

A partir dessa caminhada muitas dúvidas sanaram e novas perguntas surgiram, que outrora não existiam, atualmente consigo traçar um caminho para ir buscar o que indago no meu cotidiano escolar, através de uma pedagogia de escuta, observação e reflexão. Esclarecendo de uma forma mais direta, quero dizer que hoje já consigo sinalizar que caminho percorrer para encontrar o inicio de algo que suscito, seja para a resolução de uma pergunta ou dúvidas, claro, que veementemente não teremos uma única resposta, e  se tivermos, esta não será inflexível. Assim,  uma proposta educativa de qualidade que permita atender as necessidades e especifidades dos bebês e das crianças pequenas, vem corroborar para a construção do senso crítico, investigativo e criativo das crianças bem pequenas, fazendo-as perceber que fazem parte do meio em que vivem, e isso, os bebês fazem com muita clareza, através de um olhar atento do educador. 













A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO



Quando escrevi o texto Projeto Pedagógico em Ação, 15 de maio de 2017, com dois anos e meio de curso trazia apenas, no texto, a noção de buscarmos o novo com mudanças, embora fosse assustador, mas se fazia necessário. Naquela época a ideia defendida era apenas para o primeiro projeto elaborado por mim,  logo, pensava que apenas caberia a ele esse tema. 

Retomando a leitura vi que não era bem assim e que tais afirmações se aplica a vida como um todo, sem exceção,  bem como as novas etapas que fui galgando ao longo do curso. Percebi, enquanto lia, que a escrita era uma espécie de analogia para o que estaria por vir. O tempo chegou, e hoje relendo,  embora uma escrita singela, mas repleta de reflexões para o momento que estou concluindo - o estágio.


Se outrora questionava o motivo de estudar Pedagogia, hoje analiso a relevância de se fazer o estágio. Logo, como base trouxe para dentro do planejamento semanal os ensinamentos da Pedagogia da Autonomia, apontados naquela minha primeira escrita e, ao coloca-lo em prática pude perceber em pormenores a sua importância frente aos alunos, e não mais, em um simples projeto, mas que deva ser presente no cotidiano da escola. 

O estágio oportunizou a reflexão com consciência, por conseguinte, despertou a consciência critica, refletindo em uma ação e, dessa ação a transformação. O estágio findou, mas o processo de construção, mudanças, esses são inacabados e perpétuos, pois as pessoas mudam de todas as formas, muda no contato com outras pessoas, porque além de inacabadas elas são incompletas. Toda essa caminhada do estágio oportunizou em um retomada de consciência do eu, o outro e o nós.







INCLUSÃO, APENAS UM DOS PASSOS!!

Realizando uma releitura da postagem Inclusão (15/05/2016) percebi que trazia alguns pontos importantes para ocorrer inclusão na sociedade, como: políticas governamentais comprometidas, conteúdos oportunizados de acordo com as necessidades e limitações do educando, autonomia para as instituições educacionais decidirem as prioridades na questão inclusão.

Atualmente, percebo que são pontos importantes, mas não suficientes para tratar o tema, ou seja, há apontamentos relevantes no tange a prática do dia a dia desses alunos, vejamos: 

Para iniciarmos, vejo importante diferenciar o que almejamos com os alunos especiais, independente do transtorno, necessidades especiais ou laudo, refletimos:

Integração: investe-se na possibilidade de indivíduos com deficiência frequentarem escolas comuns de ensino, cujo o currículo e método pedagógicos estão voltados para crianças “normais”.

Inclusão: muda-se o foco do individuo para a escola. Neste caso, é o sistema educacional e social que deve adaptar-se para receber a criança deficiente.

Para  adequar o ensino às necessidades do estudante com deficiência intelectual aponto para  a inevitabilidade de orientação aos professores, pois é a falta de conhecimento a respeito do tema  que o impedem de identificar corretamente as particularidades desses alunos. Demonstramos ou manifestamos, na maioria das vezes,  uma tendência em  centralizar nossas  preocupações em fatores pessoais como, medo e ansiedade frente à sintomatologia mais do que à criança em si.

Muitos  educadores resistem ao trabalho com crianças especiais  devido a temores em não saber lidar com elas – alias, um aspecto é a ideia distorcida que os professores tem sobre a deficiência intelectual, principalmente quanto à (in) capacidade de comunicação, e essas concepções parecem influenciar as pratica pedagógicas e as expectativas acerca da educabilidade  desses alunos. A dificuldade, em geral, dos professores se apresentam na forma de ansiedade e conflito ao lidar com o “diferente’. Um processo de inclusão mal sucedido pode aumentar os riscos de isolamento, rejeição dos pares e baixa quantidade de amizade.

Uma criança que apresenta deficiência, pode beneficiar-se das experiências sociais, e na medida em  que os conteúdos  vão sendo desenvolvidos e “aprendidos’ por esses alunos, torna-se possível a entrada de novos conteúdos. Em outra palavras, proporcionar à essas  crianças  oportunidades de conviver com outras da mesma faixa etária possibilita o estimulo às suas capacidades interativas, impedindo o isolamento contínuo. Fica evidente que crianças com desenvolvimento típico fornecem, entre outros aspectos, modelos de interação para as crianças especiais , ainda que a compreensão social desta última seja difícil. A interação com pares é a base para o desenvolvimento, como para o de qualquer outra criança.

domingo, 10 de fevereiro de 2019

GRUPO DE ESTUDOS


Algo que havia escrito nos primeiros semestre da faculdade, através de uma fala do professor Crediné https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6109726530448589034#editor/target=post;postID=3489117833844409695;onPublishedMenu=template;onClosedMenu=template;postNum=59;src=postname  veio a tona meados do semestre passado (2018/2), ou seja  a necessidade de colocarmos em prática o conhecimento adquirido no avançar dos semestres da faculdade, fui percebendo a necessidade de formar um grupo de estudos para repassar aos meus colegas de escola as novidades que permeavam o meu mundo acadêmico, tendo como objetivo registrar dados, curiosidades e comportamentos  das criança e,  em seguida, buscarmos respostas mais elaboradas, não como verdades absolutas, mas como forma de esclarecer duvidas ou oportunizar situações para favorecer o desenvolvimento individual ou coletivo de nossas crianças. Alicerçados nas observações o trabalho fico mais personalizado, ocasionando ao final do ano uma turma de referência na escola.

Tal sucesso só foi oportunizado graças a  iniciativa de formamos um grupo de estudos sem a preocupação de chegar a uma conclusão definitiva, mas com a simples finalidade de construção do saber - conhecimento sem interesse, mas pelo puro prazer de realizar descobertas dos alunos.

Descobrimos que nossa atitude tornou-se uma ferramenta de avaliação para nosso trabalho no cotidiano escolar, sendo suscetível a abertura de outras portas para os novos conhecimentos como troca de saberes. Estudar um tema não necessariamente requer, ao final, uma resposta definitiva, mas valorar o conhecimento de onde chegamos, em que podemos avançar, modificar ou reutilizar, adaptado, para a nova turma de berçário II que chegará.

Plantamos uma sementinha no meio do ano passado e hoje percebo o interesse de outros educadores em juntar-se a nossa ideia como forma de proporcionar a abertura de outras portas para os novos conhecimentos, trocas de experiências e suscitar questionamentos que outrora estavam adormecidos.

MATEMÁTICA


Nesse semestre 2018/2 foi proposto uma retomada para avaliarmos o que havíamos escrito nos quatro primeiros semestres da faculdade, dentro da minha percepção, a atividade serviu para analisar o  que progredir e reencontrar as minhas velhas dificuldades. Se até o momento destaquei fatos que venci, hoje vou escrever sobre a Matemática. De fato houve amadurecimentos significativos, bem como aquisição de maturidade e segurança. Porém nem tudo são flores, há espinhos que não conseguir “podar”, contudo se não cortei os traumas ao menos tomei consciência em que preciso evoluir.

No caso em questão, como já citado acima, trata-se da matemática e o desconforto em desenvolver e aplicar aos meus alunos de berçário II. Talvez a minha dificuldade esteja atrelada a  área em que atuo – monitora de educação infantil.

Embora tenha embaraço em atuar nessa área, ao mesmo tempo penso que para desenvolver um bom planejamento, o mesmo deve abarcar todas as áreas do conhecimento, em especial quando tratamos da matemática cujo o tema é rico para exploração em outros campos.

Hoje tenho consciência da importância da matemática para os níveis da educação infantil, todavia ainda permanece algo desafiador em elaborar atividades nesse campo. E o intuito de rever a postagem http://portfoliolisianenegreiros.blogspot.com/2016/12/o-desafio.html teve como finalidade corrigir que  pouco caminhei nesse tema e que preciso ter um olhar mais cuidadoso e pesquisador para esse território.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

MÚSICA NA EDUCAÇÃO: UM RECURSO A MAIS.


Relendo a postagem http://portfoliolisianenegreiros.blogspot.com/2016/10/musica-na-area-da-saude.ht observei uma escrita ampla da importância da música para as pessoas, no tempo da elaboração desse texto não possuía um conhecimento aprimorado da questão musical para a educação infantil e, hoje retomo o assunto para narrar a minha atual concepção sobre a musicalidade enquanto professora.

Compreendi que a música como linguagem cabe em qualquer lugar, a qualquer momento e não apenas em datas comemorativas ou momentos aleatórios,  sem objetivos e com movimentos repetidos e prontos, pois se assim continuasse me posicionando  estaria fazendo com meus alunos algo mecânico, sem sentido para eles. Tal postura afastaria  as verdadeiras vivências e possibilidades que a música proporciona: prazer, atenção, interação, através de jogos rítmicos, pequenos versos cantados, entre outros. É através da linguagem musical que a criança vivencia:  socialização, afetividade, aprendizagem, coordenação motora e expressão.

Das categorias acima apontadas destaco duas que mais se acentua quando trabalho música na educação infantil, são elas: Afetividade e Expressão, a primeira evidencia claramente as emoções das crianças que são múltiplas e diferenciadas e, nesse momento conseguimos captar os sentimentos individualizados do grupo. Enquanto a expressão corporal nos apresenta manifestação de ideias, o que o coração sente, a mente pensa, e o corpo deseja, logo, a música possui influência direta como meio facilitador, para não dizer bússola,  para a aprendizagem infantil.

Então, se utilizarmos  a música para a aprendizagem, em qualquer nível de escolarização, o processo de envolvimento e desenvolvimento  será natural  e prazeroso e, não algo maçante e massacrante, imposto aos alunos. Consequentemente, quando a educação é proporcionada de maneira tranquila leva criança á compreender/desenvolver as relações de socialização, autonomia, senso crítico, dicção, movimentos, linguagem, raciocínio lógico entre outros.

sábado, 19 de janeiro de 2019

RETOMADA DE REFLEXÃO


‘Convido a todos os colegas, por um instante, para refletirmos sobre nossa conduta como educadores. Afinal... é sempre bom nos avaliarmos, assim como fazemos com os nossos educandos”.

O convite acima foi lançado em 26/06/2016 numa postagem do blog  intitulada  “Vamos refletir”  https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6109726530448589034#editor/target=post;postID=2810612756518886482;onPublishedMenu=template;onClosedMenu=template;postNum=2;src=link . O texto trazia, entre outras,   as seguintes perguntas: Tratamos nossos alunos como de fato nos é ensinado na faculdade?  Sabemos ouvir nossas crianças?  Respeitamos seu ponto de vista? Desejos? Aflições? Talvez pelo cotidiano escolar ser tradicional e sermos exigidos a documentar, registrar e fotografar os alunos em suas atividades, nos preocupamos em olhar apenas para registrar e esquecendo de nos observar enquanto professora em sala de aula. Essa formalidade possui uma dificuldade cotidiana, ou seja, como achar o equilíbrio? Até que ponto essa preocupação em documentar para colocar no portfólio é saudável para ambos o lados?
Apesar de continuar em busca desse equilíbrio, que  é algo constante, há algo mais importante na relação entre professor e alunos, ou seja, quanto  as nossas expectativas em relação a criança deve ser flexível, na medida que nosso papel deve ser de ouvinte, observador e de alguém que busca compreender as estratégias que a criança desenvolver para aprender, de fato todos possui uma forma de desenvolver seu conhecimento, o que as crianças expressam em seu diálogo de modo que o professor possa capta tal ideia e lançar de volta ao aluno como de forma de desafio, proporcionando que  a aprendizagem se torne interessante e curiosa, assim: “ o papel do professor centraliza-se na provocação de oportunidades de descobertas, através de uma espécie de facilitação, de ação conjunta e da coconstrução do conhecimento pela criança. [...] o professor auxilia mesmo quando as crianças menores aprendem a ouvir outros.” (EDWARDS, GARDINI & FORMAN, 2016, P. 153). Contudo, fazer tal intervenção não é algo fácil e,  saber como e onde se fazer presente é algo que vai depender de uma análise  do momento, por isso que é mais importante o professor estar mais preocupado em observar a turma do que fotografar momentos que o próprio julga "fofo", sem uma importância real sobre o ato daquela criança.
Aqui propus uma reflexão em relação a nossa preocupação eM registrar tudo que o aluno faz, muitas vezes sem delimitar uma área para atuarmos. Tal anseio prejudica ambos os lados a  medida que o professor perder a oportunidade de ouvir as questões ou argumentos da criança e, sem  o auxílio daquele empobrece a produção de conhecimentos entre eles, pois a dúvida de uma criança pode levar outras a explorar territórios jamais imaginados ou percorridos. Em suma, “um professor não deve intervir muito e, ainda assim, não deve deixar passar um momento precioso para o ensino” (EDWARDS, GARDINI & FORMAN, 2016, P. 157).
Referencia: EDWARDS, Carollyn; GANDINI, Lella; FORMAN, George. As cem linguagens da criança – abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Vol. 1, Ed. Penso, 2016

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

DÚVIDAS SANADAS


Relendo uma postagem na interdisciplina de alfabetização em 15/09/15  http://portfoliolisianenegreiros.blogspot.com/search/label/ALFABETIZA%C3%87%C3%83O lancei algumas dúvidas que até então não sabia como responder, tais como manter um ambiente desafiador e motivacional para meus alunos dentro de um universo escolar múltiplos de problemas. Naquela fase dos meus conhecimentos sabia apontar as dificuldades, porém  meios para sanar ou amenizar as mesmas, ainda não dominava.
Hoje retomo a escrita de tal texto, mas com outras perspectivas, oriundas dos avanços nos estudos. Atualmente  tenho a posição de que, o olhar observador,  reflexivo e crítico em relação as nossas  condutas faz toda a diferença em nosso trabalho, embora essas qualidades vigiadas constantemente, ainda nos pegam em erros.

Defendo a postura que o  aluno deve ser desafiado/motivado, para que deseje o saber, e uma forma de criar este interesse é dar a ele a possibilidade de descobrir... de querer saber sempre! E algo acrescentou e respondeu minhas indagações de outrora fundadas na seguinte afirmação “tem a ver, acima de tudo, com a formação  de pessoas capazes de evoluir, de aprender de acordo com a experiência , refletindo sobre o que gostariam de fazer,  sobre o que realmente fizeram e sobre o resultado de tudo isso”. (PERRENOUD, 2002, P. 17).

Analisando o texto escrito 2015 observo que até então não havia me despido da identidade de estudante, onde havia muitas dúvidas e poucas respostas, ainda que nenhuma afirmação seja definitiva, hoje começo a me despir da personalidade de estudante para adotar uma postura de profissional responsável  perante os educandos. Antes  afirmava  minha preocupação  nas  crianças que  tinham mais necessidades de afeto do que conhecimento, atualmente percebo que ambos podem estar atrelado um ao outro na medida que proporcionarmos um ambiente de partilha, contribuições e de respeito na forma como pensam, comunicam e reagem em sala de aula, também faz se necessário a criação de ambientes para que todos possam expressar  seus medos, anseios e emoções. 

A nova profissional que surge já consegue medir a distância entre o que imaginava ser real para ser professora e o que vivenciou nas experiências acadêmicas, não sendo mais possível afirmar que um dia estarei pronta e acabada para exercer o ofício, pois não há uma garantia de que seremos bons professores – educar é uma arte e, como tal, precisa de constante aperfeiçoamento.


fonte:
 PERRENOUD. Philippe. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. ed. Artmed, 2002