sexta-feira, 22 de junho de 2018

A IMPORTÂNCIA DOS ESTÁDIOS PARA A APRENDIZAGEM


Para Piaget, não basta saber os nomes e características dos estádios, pois elas são extremamente variáveis. Podemos  encontrar crianças que avançam rapidamente, outras, nem tanto. Para Piaget isso é previsível, pois estamos falando de médias. Para o autor, o individuo deve ser analisado a partir do seu comportamento e não da sua idade. Portanto, a idade não será suficiente para nos dizer em qual período de desenvolvimento a pessoa  encontra-se, por isso a  teoria de Piaget não é Maturacionista.

Os estádios tem caráter integrativo, significa que o individuo pode apresentar os instrumentos de todos os estádios anteriores, que em alguns momentos,  irá circular por outros períodos de desenvolvimento.

Nem sempre todos os indivíduos passam por todos os períodos ou estádios do desenvolvimento. Porém, se alguém está vivendo um estádio atual, significa que passou pelos anteriores – NÃO SE QUEIMAM ESTÁDIOS, o que é denominado sucessão constante.

Os estádios são degraus de equilíbrio estruturais e não para mensurar conteúdos, logo, com certa restrições podemos ensinar qualquer conteúdo para as crianças/ adolescentes, claro, respeitando sua capacidade estrutural.


Fonte:

 BECKER, F. e MARQUES, T. Estádios de Desenvolvimento. In BECKER, F. Educação e construção do conhecimento, 2ª. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2012

DÉCADA DE 80 E A TECNOLOGIA DISPONÍVEL


 Minha vida escolar teve início  na década de 80 com  recursos pedagógicos escassos em que praticamente todas nós possuíamos as mesmas coisas. Fomos educadas basicamente com lápis, caderno, borracha, livros, quadro negro e giz.
Uma vez por mês recebíamos folhas mimeografadas para realização das provas. Nosso material escolar resumia-se apenas na mochila que tinha que durar pelo menos três anos, o estojo, um ano letivo e só comprávamos cadernos, borrachas e lápis quando estes se  gastavam, contudo em nossos lares, o televisor,  nesta época ainda preto e branco, fazia parte da mobília da casa, onde por meio dele assistíamos desenhos animados. Somente anos depois, o televisor que transmitia imagem colorida, que até então era luxo para poucos, substituiu aquela tela de 14¨ de tubo amarelo, e botão de girar que fazia parte da mobília de nossas residências.   
Regressamos à escola dos anos 80 marcada pela transição de educação em massa, embora o  consumo começasse a ser mais fácil, alguns itens eram espartanos e quem tinha a palavra final era os pais e os professores.
É fato que a tecnologia evoluiu em uma velocidade alarmante quando comparada a outros aspectos de nossas vidas e no planeta, porém com dificuldades de dimensionamento, leia-se no sentido de acessibilidade e aplicabilidade no contexto educacional.
Conforme Pretto;
São muitas as tentativas de sistematização da evolução científica e tecnológica no mundo das comunicações. A invenção do transistor e o conseqüente desenvolvimento dos sistemas computacionais são sempre apontados como marcos importantes neste universo.(1996)
A chave para abrir esse mundo contemporâneo nos foi apresentada nas décadas seguintes com o ingresso na faculdade, onde a internet passa a fazer parte da realidade do mundo acadêmico e, rapidamente vai se despontando  como elemento de conexão indispensável  na  produção de conhecimentos e cultura.

No entanto, conforme referenciado por Pretto[1],
[...] a pura e simples introdução destas tecnologias não é garantia desta transformação. Esta introdução é, portanto, uma condição necessária mas não suficiente para que tenhamos um sistema educacional compatível com o momento histórico. Desta forma, introduzir estas tecnologias exige compreender de forma mais ampla a necessidade de fortalecer os nós - as unidades escolares que por sua vez articulam-se intensamente com os valores locais - de tal forma a dar maior visibilidade aos nós desta rede, aumentando concomitantemente a conectividade entre estes nós, estabelecendo-se com isso as rede de conexões [...] (1996)

Nossa educação ainda é centrada em velhos paradigmas e incompatíveis com o momento histórico. Quando falo em “velhos” paradigmas me referido a três grandes falácias que, [...] como afirmou Emilia Ferreiro para a Revista TV Escola. Segundo ela, insistimos ainda que a aprendizagem deve se dar sempre do concreto para o abstrato, do próximo para o distante e do fácil para o difícil (MEC 1996). (PRETTO, 1996)
O resultado desse pensamento será refletido nas dificuldades de compreender as transformações contemporâneas sinalizadas em todas as áreas: trabalho, lazer, social e educacional. Ignorar tal realidade é desconhecer as transformações  e necessidades de nossos jovens e adolescentes.
Para Pretto;
Precisamos compreender mais de que forma esta geração X (novas tribos) convive simultaneamente com os vídeo-games, televisões, Internet, esportes radicais, tudo simultaneamente, de forma múltipla e fragmentada, tudo ao mesmo tempo. Esta geração já relaciona-se com as novas medias de forma diversa e já existem sinais de um novo processo de produção de conhecimento, ainda desconhecido pela escola. (1996)

As tecnologias transitam em nossas realidades da mais diferentes formas, embora desconhecida ou ignorada pelas escolas, fato que mediante todos os avanços, esta continua a enfatizar apenas a formação de mão de obra, porém este conceito está mudando.
Até aqui conseguimos dois pontos importantes. Primeiro que as transformações do sistema educacional passa obrigatoriamente pela metamorfose dos professores com formação pedagógicas condizentes com o contexto histórico, segundo maior interação entre os mundos da comunicação e informação com a educação , haja visto, que há grande distâncias entre os dois primeiros com o processo educacional em nosso país, onde a desigualdade social é acentuada.
Retomando a questão da mão de obra temos que pensar que tecnologia de ponta não se faz com mão de obra barata, esse apontamento nos faz pensar que a desqualificação do sistema educacional (professores e alunos) seja unicamente interesses de manobras e conchavos políticos. Necessariamente temos que considerar como fundamental a introdução das tecnologias e informações nos processos de ensino aprendizagem.
A introdução por si só não basta é necessário compreender a sua  real necessidade de forma ampla – instalações satisfatórias e profissionais treinados para o processo coletivo de produção de conhecimento.
A escola, conectada, interligada, integrada, articulada com o conjunto da rede, passa a ser mais um elemento vital deste processo coletivo de produção de conhecimento. Nesta navegação, portanto, percorremos caminhos ilimitados, sem fronteiras. (PRETTO, 1996)

Para temos uma modernização do sistema é mister uma transformação profunda em todos os setores em engloba a sociedade com implantações de políticas condizentes com as transformações da sociedade.


Referências:

PRETTO. N. Educação e inovação tecnológica: um olhar sobre as políticas públicas brasileiras. FACED/UFBA. 1996 Disponíveis em < https://www2.ufba.br/~pretto/textos/rbe11.htm > acesso em 06 de maio 2018.





[1] Nelson Pretto é professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Doutor em Comunicação pela USP (1994). E.mail: pretto@ufba.brHome-page: http://www.ufba.br/~pretto Fax: + 55 (0)71 235 2228

ALFABETIZAÇÃO; O QUE IMPORTA!

O analfabeto, é mártir da injustiça social, é negação de afirmação de homens e mulheres ao direito de ler, compreender, transformar suas experiências e de reconstituir sua relação com a sociedade mais ampla, de direito à alfabetização. Por isso, alfabetizar não significa saber ler e escrever, mas compreender o que se lê e escreve e, que esse processo de alfabetização seja através de um projeto político, onde o educando tenha sua própria voz, consciência reflexiva e traga-lhe abertura de novos horizontes.
Alfabetizar letrando pressupõe partir de temas que questionam a realidade dos mesmos, visando uma educação problematizadora, mediado por um professor-cidadão crítico, onde os educandos são levados a assumirem-se como sujeitos da construção de si mesmos e da sua realidade. Tal educação oportuniza  à libertação e por conseguinte a dialogicidade onde o conteúdo programático não será imposto, mas fundamentado no universo das aspirações, anseios e desenvolvimento da consciência crítica dos educandos, tendo como resultado levar o aluno a perceber os benefícios políticos, sociais e culturais que o  ato de saber ler, escrever e interpretar pode lhe proporcionar - emancipação do homem.

 fonte:
ALFERES, M. A. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: TECENDO RELAÇÕES COM O PENSAMENTO DE PAULO FREIRE, disponível em <http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20170601130727.pdf > acesso em junho de 2018.




ESCOLA E REALIDADE


Os desencontros da escola com a sociedade nos dias atuais é contundente, pois a transmissão de  informações são prontas e moldadas, o que não incentiva a criação e a reflexão sobre a realidade dos alunos. A escola mantém a mesma estrutura e os mesmos preceitos daquela época do sistema escolar, visto que a sociedade não se apresenta mais no modelo sólido e estruturado o qual concebia a sociedade na época da elaboração e construção da escola. Atualmente novos valores e necessidade se fazem valer, em especial, quando falamos na EJa que deve ser voltada na necessidade de formação de homens livres e pensantes.

A necessidade de compreender a função da escola neste século XXI nos remete à busca dos significados e dos sentidos que o sistema educativo tem – ou deveria ter – diante da formação das necessidades das novas   gerações - EJA.  Esta compreensão se torna fundamental quando percebemos que a escola se mantém de maneira tenaz, impondo certos modos de conduta, de pensamento e de relações próprias, independente das mudanças que ocorrem na sociedade; o que a torna desinteressante para a grande demanda de estudantes que são obrigados a frequentá-la diariamente. 

Percebemos que as instituições educativas realizam um trabalho o qual visa o controle, tornar dócil a consciência, isto é, almejam um indivíduo normalizado. Necessitamos de uma escola que instrui e que forma, que ensina conhecimentos, mas que consiga formar cidadãos critícos com objetivos de serem cidadãos livres através do conhecimentos, pois só este pode possibilitar a emancipação.

 As escolas de nossa realidade funciona  transmitindo informações, que são prontas e moldadas, o que não incentiva a criação e a reflexão sobre a realidade dos seus alunos. e esta forma de ensinar não torna os sujeitos com ela envolvidos capazes de armazenar os objetos em seu contexto, sua complexidade, seu conjunto, resultando em  alunos que saem da escola todo ano não conseguindo estabelecer uma relação entre o que viveu e aprendeu na escola, com a realidade fora dela.

As instituições escolares não podem transmitir nem trabalhar dentro de um único modelo de pensar, afinal o objetivo de toda prática educativa – facilitar a reconstrução do conhecimento experiencial do aluno – não pode se entender nem se desenvolver sem o respeito à diversidade, às diferenças culturais e  individuais que determinem o sentido, o ritmo e a qualidade de cada um dos processos de aprendizagem e desenvolvimento. 

terça-feira, 19 de junho de 2018

EJA e alguns critérios


Embora não tenha atuado na EJA penso que alguns critérios devem ser levados em consideração. Em tese,  adolescentes e adultos encontram-se no estádio operatório formal, nem todos  adquirem essa capacidade ao mesmo tempo, outrora podendo ser determinadas por diversos fatores alheios a sua vontade e justificados desde a sua infância.
A escola que continuar a insistir no repasse de respostas prontas estará na contramão do pensamento moderno, além de frustrar o aluno,  tudo que professor  pretender amealhar para uma boa aprendizagem será inútil caso não observe a realidade e necessidade individual dos alunos, estes ficarão menos motivados para aprender.
Outro fator que apontamos trata do Conceito de Transferência e a importância da afetividade no processo de aprendizagem, ambos já estudados anteriormente, sem eles não podemos mensurar um ensino de qualidade, pois não basta o professor passar o conteúdo - aluno tábua rasa -  e desprezar as relações interpessoais originárias das individualidades e  da sala de aula, afinal, o aluno é o resultado de suas origens e das  constantes transformações na troca com o meio. Cabe ressaltar a importância da confiança do aluno para com o professor, onde o primeiro terá seus conhecimentos reconstruídos sobre valores fortemente arraigados nunca antes desacomodados. Falamos aqui em solidariedade mútua através de mudança estrutural, oriunda da convivência das partes - modo de aprender e ensinar para o aluno e o mestre, e  essa cooperação abrirá possibilidades para o caminho intelectual.

Referências:

MARQUES, Tânia Beatriz Iwaszko. Aprendizagem na vida adulta.
 REAL, Luciane Magalhães Corte e PICETTI, Jaqueline. Aprendizagem amorosa: transformações na convivência de aceitação do outro como legítimo outro. 2011. Educação e Cidadania nº13. Editora UniRitter.

GERAÇÃO ANALÓGICA

Leituras nos possibilita entender o mundo, seus feitos e a trazer retorno pessoais que estavam sem repostas. Digo isso, porque ao terminar a leitura de SCHLEMMER compreendi o motivo de tantas dificuldades e bloqueios que tenho em relação as tecnologias. A autora explora de maneira precisa as gerações analógicas e  as gerações que já nasceram com a tecnologia a seu dispor. Como sou da primeira geração lembro que quando chegava algo novo em casa (som, TV, rádio, Máquina fotográfica...) eramos proibidos de mexer, sob a alegação que podia estragar,  e isso suava aos meus ouvidos como algo terminantemente proibido - poderia estragar na minha mão. Até hoje carrego esse receio de qualquer produto que adquiro, penso antes de mexer: Vou desconfigurar tudo e não vou mais acertar o que já estava funcionando. 

Quando tínhamos a oportunidade de mexer, para aprender, eramos tolhidos e a nossa curiosidade era ceifada naquele momento, acredito que minha dificuldade tenha reflexo nos meus tempos de criança e até hoje sempre preciso do suporte da minha filha para ensinar o que para ela é simplório. Entendi na leitura do texto que sou de uma geração analógica e uma imigrante digital, ao passo que nossas crianças, ao nascerem, estão inseridas e interagindo  no mundo digital impulsionadas pela própria família, ou seja, geração de mexer para ver como funciona, enquanto a minha era, não mexe para não estragar!

Como as crianças na atualidade já nascem tecnologizadas ( termo usado pela autora) a forma como se comunicam é diferente das gerações passadas -  geração analógica que tardiamente foram apresentados ou introduzidos de forma obrigatória ás tecnologias. Contudo, cabe salientar que a ação do sujeito nesse encontro de diferentes culturas se dará através da colaboração e da cooperação a partir dos conhecimentos de cada um dos sujeitos utilizando diferentes pontos de vista.

Aos poucos estou dominando - para não dizer engatinhando - na língua digital, mas com forte sotaque analógico. Tudo bem!!! Reflito e valorizo sobre minhas pequenas conquistas no mundo tecnológico, mesmo que num primeiro momento pareçam pequenas perto do que ainda tenho que conquistar pela necessidade, curiosidade e do desejo que tenho para aprender.

fonte:
  SCHLEMMER. Elaine. O trabalho do professor e as novas tecnologias. Revista textual. Set. 2006, p. 33-42

OBEDIÊNCIA

" ... a criança obedece não porque ela é menor e nós maiores, mas porque nós somos fascinantes e ela deseja se transformar em um adulto fascinante também."
Gabriel M. Salomão

A maioria das famílias ao chegarem na porta da nossa sala de aula observam seus filhos fazendo algo que os deixa surpreso. Ficam parados observando seus filhos realizando feitos que, segundo eles, não fazem em casa por nada. Para tais afirmações e  indagações encontraremos respostas no livro Mente Absorvente de Maria Montessori, onde a autora traz explicação de  como o adulto pode se tornar digno da obediência da criança. 

Para Montessori a obediência necessita passar por três níveis: Primeiro nível da obediência: nesse período precisamos sermos adultos pacientes, pois a criança obedece de vez em quando, ou seja, quando a sua vontade e a da pessoa que pediu são iguais. O que significa dizer que ela não amadureceu o suficiente para abrir mão de sua vontade pela do outro. No segundo nível - a criança tem muito mais êxito em suprimir sua vontade e executar a vontade do outro, encontra-se mais desenvolvida o que terá reflexo em ser obediente com mais facilidade. Essa fase tem certa fragilidade, pois dependendo como for conduzida pelos adultos (chantagens, recompensas, ameaças....) pode dificultar/impedir a criança de chegar no terceiro nível. E, ao chegar ao terceiro nível a criança obedece porque deseja e sente prazer, estão ansiosas para receber solicitações e executar com satisfação. A obediência, nessa fase, está estritamente ligada aos adultos que ela admira, e não aquele que a oprimi, assusta ou que faz dessa solicitação, para com ela, uma moeda de  troca ou recompensa.


No nosso cotidiano escolar primamos por crianças autodisciplinadas, autônomas e independentes, claro, guardadas as devidas individualidades. 

fonte de leitura: 



sábado, 9 de junho de 2018

PEDAGOGIA RELACIONAL



Entreguei ao meu aluno um balde com palitos diferentes com o intuito de  agir e problematizar sua ação, pois tinha a pretensão apenas de observar sem pedir que fizesse algo,   com isso dando significado para ele e provocando assimilações. Observei que sua conduta encontra-se fundamentada numa pedagogia relacional, isso significa dizer que professor e aluno avançam mutuamente. Hoje entendo que minha conduta estava pautada em uma pedagogia que os estudados da faculdade iria me apresentar posteriormente e, naquele momento estava propondo algo fundando no construtivismo sem saber.

  A pedagogia relacional será a porta de entrada para o construtivismo. Dai a dificuldade dos professores em utilizá-lo em benefício das crianças, e essa é uma preocupação rotineira dos educadores, vejamos: “... o construtivismo e o não construtivismo são duas formas de conhecimento. O problema é diferenciá-las e integrá-las... quando e como operá-los em proveito da educação da criança...” (MACEDO.  NILO DE, p. 5). Poucos são os educadores que detém conhecimento apropriado sobre essa ferramenta, ocasionando com isso, uma celeuma de métodos dos quais não conseguimos identificar uma vertente.
Enquanto o não-construtivista  a ação é induzida, no construtivismo é uma ação espontânea levando a crer que repetição de resultados não é o almejado, mas a elevação de um nível superior aquilo que já foi realizado em outro nível. Elevar tem conotação de estimular o aluno a produzir seu próprio conhecimento, com isso sujeito pensante e protagonista do seu desenvolvimento – pedagogia libertária/ escola democrática cujo definição encontra-se bem elaborada por (TOSTO. ROSANEI, 2011)
Na escola democrática o professor deixa de ser autoridade ou transmissor do conhecimento para tornar-se mediador das relações interpessoais e facilitador do descobrimento. Os educadores são tutores responsáveis por determinados alunos e, junto com eles, determinam quais conteúdos serão estudados conforme a vontade do próprio aluno. Atuam como orientadores e esclarecedores de dúvidas, diferente do papel de um professor autoritário e rígido das escolas tradicionais. A partir deste conceito a relação professor-aluno torna-se de parceria e ausente de qualquer tipo de autoritarismo ou inferioridade em ambos os lados. A atuação direta do profissional resume-se em co-orientar o percurso educativo de cada aluno e a apoiar os seus processos de aprendizagem, assim como acompanhar todos os educandos e trabalhar para que conquistem sua autonomia, compreendendo o porquê e o para quê estudar.


                 Embora se preconize no construtivismo, assim como nas escolas democráticas para que os alunos sejam motivados a buscar o conhecimento partindo do seu próprios interesses (autonomia)e conteúdos condizentes a estrutura cognitiva do aluno, temos muito que  avançar e as falhas são justificadas, não aceitas, pois o nosso  processo educacional da humanidade começou de forma opressora e com finalidades escusas daquelas a que realmente de propõe uma boa educação .

            Referências bibliográficas

 BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.89-96, 01 jun. 1994. Semestral. 19(1). Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-Modelos-pedagogicos-e-modelos-epistemologicos-2-pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018.
MACEDO, Lino de. O Construtivismo e sua função educacional. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.25-31, 01 jun. 1993. 18(1). Disponível em: <https://www.ufrgs.br/psicoeduc/piaget/o-construtivismo-e-sua-funcao-educacional/>. Acesso em: 10 abr. 2018
 TOSTO, Rosanei. Escolas Democráticas Utopias ou Realidade. Revista Pandora Brasil,  ISSN 2175-3318. v. 4. 2011. Disponível em: <http://docplayer.com.br/7270548-Escolas-democraticas-utopia-ou-realidade.html>. Acesso em: 10 abr. 2018.
  VARELA, Julia et al. A Maquinaria Escolar. Teoria & Educação, São Paulo, n. 6, p.68-96, 1992. Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/70553618/Julia-Varela-e-Fernando-Alvarez-Uria-Maquinaria-Escolar-1>. Acesso em: 10 abr. 2018.

AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Passado o momento de socialização e interação com o grupo escolar do inicio do ano letivo - período delicado marcado pela separação da criança e da família, acompanhado de muita insegurança e choro, atitudes naturais da criança que faz parte desta etapa - Berçário II. Chegamos ao momento da avaliação. Levar em conta essa fase,  conhecer a individualidade de cada criança, observar o que as fazem sentir mais segura e confortável no ambiente escolar, bem como as brincadeiras de interesse e como cada criança se relaciona como os colegas e demais profissionais da escola, perceber como cada criança responde aos estímulos de socialização e interação que foram oportunizados nesse período, são informações importantes para ser analisada na hora de avaliar. 

Na pratica não é bem assim que acontece, pois observo uma valoração desnecessária da avaliação na educação infantil, na medida que há uma exigência em documentar "algo" para ser entregue aos pais. No momento que avaliamos, sem critérios,  corremos sérios riscos de  registrar afirmações definitivas sobre um ciclo de vida da criança que se encontra em desenvolvimento, ainda, passível  de omitimos  descobertas que as  vezes passa despercebidos aos nossos olhos ou podemos julgar sem vália para nós, enquanto para o aluno é significativo.

A avaliação deve ser uma ferramenta de trabalhos de apoio para professor e alunos. Ao primeiro como uma sondagem dos aspectos que deverão ser melhores trabalhados nos meses seguintes, as habilidades/necessidades que a (s) criança (s) porventura esteja apresentando,  como um instrumento facilitador para apontar falhas, sucessos ou oportunizar uma reflexão do trabalho do professor. Para chegarmos nessa fase de analise o primeiros dias de aula já são importantes, assim como o planejamento das atividades e da rotina deverão propiciar um contato de qualidade, seja na parte dos cuidados, quanto na parte pedagógica, garantindo a organização de ambientes seguros e instigantes para que as crianças possam explorar o seu eu e o mundo que a cerca. É uma das etapas mais difícil para o professor, pois requer tempo para observar e analisar de forma continua seus alunos, o que na prática nem sempre é possível. Vejo como um ato sério, comprometedor e deve ser pautado na  consciência por parte de quem elabora uma avaliação, pois podemos comprometer o futuro educacional de um aluno, contudo temos que buscar leituras para sanar carências que a maioria dos professores possui nessa área.

VÍNCULO, MOVIMENTO E AUTONOMIA

O QUE AS CRIANÇAS PRECISAM APRENDER NO BERÇÁRIO II?
COMO NÓS EDUCADORES PODEMOS AJUDÁ-LAS A CONQUISTAR SUAS NECESSIDADES?

A criança necessita que o adulto acredite e a veja como um ser capaz, e a cada estimulo, ela possa ampliar sua autoestima, melhorar sua capacidade perceptiva  e possa confiar neste adulto que a protege.  Contudo, acreditamos que o vínculo, o movimento e a autonomia estão interligados no processo de aprendizagem dos pequenos, pois é através de um olhar sensível será possível promover uma estabilidade emocional e funcional deste ser que está conhecendo e explorando o mundo a sua volta. 

Pensando nessas necessidades elaboramos o projeto Vínculo,  Movimento e Autonomia - Um olhar sensível para as crianças pequenas. Nossa proposta foi estabelecer e fortalecer vínculos afetivos entre as crianças e das crianças com os educadores: estimular o movimento, proporcionar desafios corporais e espaços amplos para atividade com o corpo utilizando recursos variados. 

Quando a criança possui espaço e liberdade para se movimentar, aprendem a medir força e seus limites, é nesta fase que elas mais precisam do espaço e do vinculo para se conectar com o mundo, como o outro e consigo mesma. Elas se exercitam até que superem suas limitações corporais, tendo o domínio da ação, e depois seguem para outro desafio. O movimento é uma das primeiras conquistas da criança rumo a autonomia, formação da identidade, as experiências relativas ao espaço e ao tempo. As crianças conquistam um equilíbrio entre movimentos espontâneos e controlados avançando na sua motricidade global e, consequentemente, começa a atender às solicitações dos outros, realizar tarefas que julga ser capaz de fazer e expressar com maior habilidade suas vontades e frustrações.

Por fim o vínculo acompanha este processo, quando o educador e a criança estabelecem uma comunicação afetiva que se evidencia através dos abraços e carinhos incentivando à superação  dos desafios, bem como nos cuidados essenciais como as trocas de fraldas, alimentação, banho e na hora do descanso.