Entreguei ao meu aluno um balde com palitos diferentes com o
intuito de agir e problematizar sua ação, pois tinha a pretensão apenas de observar sem pedir que fizesse algo, com isso dando significado para ele e provocando assimilações. Observei que sua conduta encontra-se fundamentada numa pedagogia relacional, isso significa dizer que professor e aluno
avançam mutuamente. Hoje entendo que minha conduta estava pautada em uma pedagogia que os estudados da faculdade iria me apresentar posteriormente e, naquele momento estava propondo algo fundando no construtivismo sem saber.
A pedagogia relacional será a porta
de entrada para o construtivismo. Dai a dificuldade dos professores em
utilizá-lo em benefício das crianças, e essa é uma preocupação rotineira dos
educadores, vejamos: “... o construtivismo e o não construtivismo são duas
formas de conhecimento. O problema é diferenciá-las e integrá-las... quando e
como operá-los em proveito da educação da criança...” (MACEDO. NILO DE, p. 5). Poucos são os educadores que
detém conhecimento apropriado sobre essa ferramenta, ocasionando com isso, uma
celeuma de métodos dos quais não conseguimos identificar uma vertente.
Enquanto
o não-construtivista a ação é induzida,
no construtivismo é uma ação espontânea levando a crer que repetição de
resultados não é o almejado, mas a elevação de um nível superior aquilo que já
foi realizado em outro nível. Elevar tem conotação de estimular o aluno a
produzir seu próprio conhecimento, com isso sujeito pensante e protagonista do
seu desenvolvimento – pedagogia libertária/ escola democrática cujo definição
encontra-se bem elaborada por (TOSTO. ROSANEI, 2011)
Na
escola democrática o professor deixa de ser autoridade ou transmissor do
conhecimento para tornar-se mediador das relações interpessoais e facilitador
do descobrimento. Os educadores são tutores responsáveis por determinados
alunos e, junto com eles, determinam quais conteúdos serão estudados conforme a
vontade do próprio aluno. Atuam como orientadores e esclarecedores de dúvidas,
diferente do papel de um professor autoritário e rígido das escolas
tradicionais. A partir deste conceito a relação professor-aluno torna-se de
parceria e ausente de qualquer tipo de autoritarismo ou inferioridade em ambos
os lados. A atuação direta do profissional resume-se em co-orientar o percurso
educativo de cada aluno e a apoiar os seus processos de aprendizagem, assim
como acompanhar todos os educandos e trabalhar para que conquistem sua
autonomia, compreendendo o porquê e o para quê estudar.
Embora se preconize no
construtivismo, assim como nas escolas democráticas para que os alunos sejam
motivados a buscar o conhecimento partindo do seu próprios interesses
(autonomia)e conteúdos condizentes a estrutura cognitiva do aluno, temos muito
que avançar e as falhas são
justificadas, não aceitas, pois o nosso
processo educacional da humanidade começou de forma opressora e com
finalidades escusas daquelas a que realmente de propõe uma boa educação .
Referências
bibliográficas
BECKER,
Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e
Realidade, Porto Alegre, p.89-96, 01 jun. 1994. Semestral. 19(1).
Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-Modelos-pedagogicos-e-modelos-epistemologicos-2-pdf>.
Acesso em: 10 abr. 2018.
MACEDO, Lino de. O
Construtivismo e sua função educacional. Educação e Realidade,
Porto Alegre, p.25-31, 01 jun. 1993. 18(1). Disponível em: <https://www.ufrgs.br/psicoeduc/piaget/o-construtivismo-e-sua-funcao-educacional/>.
Acesso em: 10 abr. 2018
TOSTO,
Rosanei. Escolas Democráticas Utopias ou Realidade. Revista Pandora
Brasil, ISSN 2175-3318. v. 4. 2011. Disponível em: <http://docplayer.com.br/7270548-Escolas-democraticas-utopia-ou-realidade.html>.
Acesso em: 10 abr. 2018.
VARELA,
Julia et al. A Maquinaria Escolar. Teoria & Educação, São
Paulo, n. 6, p.68-96, 1992. Disponível em:
<https://pt.scribd.com/doc/70553618/Julia-Varela-e-Fernando-Alvarez-Uria-Maquinaria-Escolar-1>.
Acesso em: 10 abr. 2018.
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