domingo, 29 de abril de 2018

CADERNO DE CALIGRAFIA


Talvez o assunto que abordo hoje não seja tão pertinente aos temas estudados no semestre, do qual nos é solicitado que façamos uma ponte, um elo entre o que estamos estudando com a nossa prática pedagógica. Porém, ontem uma situação me deixou um tanto incomodada quando uma menininha de 6 anos veio toda orgulhosa mostrar o caderno de caligrafia dela. Realmente um capricho! Olhei, admirei e realmente estava tudo muito bem escrito. Ao mesmo tempo fiquei em dúvida se ainda era utilizado tal recurso na educação, pois já havia escutado de alguns professores a abolição desse método como forma de melhorar a escrita. Assim como ouvia educadores contra, certos momentos encontrei professores e pais afirmando que é algo válido para melhorar a escrita. Como trabalho na educação infantil, ainda não havia me deparado com tal objeto, o que logicamente, não havia causado estranheza, pois pensava que era algo raro de se ver. 

Diante da minha inquietação fui pesquisar e ler sobre o tema, afinal a velocidade das informações e as mudanças das mesmas não nos permite tempo para assimilar, digerir e ter uma posição - o tempo nos consome quando o assunto é informação ( o que hoje é válido e legitimado amanhã poderá não ser). Em processo educacional básico fiz caligrafia e não entendia a lógica daquela escrita: por que escrevia e para que/quem? Meus  textos eram  gigantes ou pequenas frases tendo que ser escrita dezenas de vezes, geralmente ambos de cunho punitivo ou moral. Na contemporaneidade o cunho punitivo ruiu e encontramos  argumentos  importantes para o uso do caderno de caligrafia, claro que temos que ter nossa opinião com ressalvas e dentro de um contexto educacional a qual pertencemos e pontuando, acima de tudo, a individualidade do aluno (processo psicomotor adequado). Embora o processo de escrita se desenvolva desde os seis primeiros anos de vida da criança, o uso desse recurso deve ser utilizado para crianças que já passaram da fase de alfabetização (mais ou menos no segundo ano) e cuja a dimensão da letra esteja irregular, para desenvolver habilidades de mão, letra legível e agilidade na escrita. O objetivo não é levar a criança a ter uma letra perfeita, mas que sua escrita seja compreendida facilitando seus estudos (organização) e seu rendimento escolar. 

É importante que seja desenvolvido de forma prazerosa, sem conotação de punição, sendo uma ferramenta de suporte ao professor e de apoio ao aluno na medida que possibilita habilidades da escrita, organização, automatização das letras, aprender a controlar a pressão sobre o lápis (tônus), observar o traçado e distinguir maiúsculas de minúsculas.


fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=jzH55qFzY8M acesso em 29/04/2018

https://novaescola.org.br/conteudo/840/ainda-se-usa-o-caderno-de-caligrafia acesso em 29/04/2018

https://novaescola.org.br/conteudo/840/ainda-se-usa-o-caderno-de-caligrafiawww.psicopedagogiabrasil.com.br/em-branco-c1m1v   acesso em 29/04/2018







quinta-feira, 12 de abril de 2018

OS BEBÊS E AS CRIANÇAS PEQUENAS (PIKLER)


Na escola, esse ano, aceitei um desafio desconhecido e temido por muitos educadores, no início ia aflita e amedrontada para sala de aula, pois era algo totalmente desconhecido por mim, ainda mais que sentia o peso da responsabilidade de trabalhar com bebês. Minha diretora me chamou e  disse que eu seria uma pessoa ideal, pois ao mesmo tempo que dava limites aos meus alunos, era doce, calma, estudando Pedagogia, bem atualizada e cheia de motivação para o trabalho. Realmente, quando estamos estudando somos mais motivacionais e queremos colocar em prática os conhecimentos que estamos adquirindo, penso ser uma característica inerente aos estudantes e pesquisadores independente da profissão. Somos tomados por uma paixão à essas aprendizagens que passamos a defender veementemente.

Para minha surpresa me descobrir, me apaixonei por aqueles seres tão pequenos, mas dotados de uma capacidade de afeto, inteligência e de estado de graça gigantesco.  Quando fazemos o que nos dá prazer temos a tendência de nos dedicar mais ainda, sendo o que aconteceu comigo! Fui em busca de novas leituras e numa dessas leituras, hoje, compartilho os ensinamentos da Drª Emmi Pikler, também conhecida por Abordagem/Experiência de Löczy tendo como base princípios orientadores da importância da atenção pessoal e o papel do adulto nos cuidados com os bebês e as crianças pequenas.

Segundo a Drª Emmi Pikler, para que a autonomia e  criatividade da criança  se desenvolva é necessário que a mesma seja protagonista do seu processo de desenvolvimento, através de um processo de formação pautado na observação e na reflexão. É na presença respeitosa e afetuosa do adulto que a criança pequena explora, brinca, conhece o mundo que a cerca e conhecer-se. Nessa interação eles aprendem sobre si e sobre o outro, construindo sua identidade, assim se tornará cada vez independente e autônomo. Posso citar os momentos das trocas de fraldas quando são feitas de forma amorosa e  explicando o  motivo daquele ato e conversando sobre seu corpo e o que de fato realizou (xixi ou cocô ). Tenho o hábito de, ao retirar a fralda, mostrar para a criança o que ela fez e porque se faz necessário fazer as trocas das mesmas,  nesse momento há uma conduta harmoniosa e reciproca, com isso garantindo seu bem estar e o seu desenvolvimento pleno. sendo este pautado na atenção e valorização da relação afetiva entre o adulto e a criança, além de um bom estado de saúde física  e corporal, assim, proporcionando à criança a tomada de consciência de si e do outro.
Garantir o seu bem estar e seu desenvolvimento pleno é direito de todas as crianças e atividade escolar não deve ser meramente ligada ao corpo, mas uma proposta educativa de qualidade que permita atender as necessidades e especifidades dos bebês e das crianças pequenas.

Fonte de leitura:




terça-feira, 10 de abril de 2018

EJA E AFETIVIDADE

A criação do (a) EJA possibilitou alternativas para jovens e adultos que por motivos alheios não puderam frequentar a escola regular, são pessoas com diversas particularidades sócio e financeiras precárias, embora a maioria tenha  começado a  trabalhar muito cedo recebem rótulos de marginalizados e não se enquadram nos padrões ditados pela sociedade. Observamos que são cidadãos com forte carga negativa para vencer nos estudos, pois depois de uma longa jornada de trabalho como se dirigir a escola de forma prazerosa? Ocasionando uma alto índice de evasão escolar.

O que poderia ser eficaz para reduzir tal estatística? 

Primeiramente, como preconizava Paulo Freire, uma educação democrática e libertadora. O professor deve ter conhecimento prévio das bagagens de vida desses alunos e conscientizá-los que são agentes produtivos de conhecimentos e culturas. Incentivar, resgatar sua autoestima, mais importante, todos são capazes de aprender. Segundo lugar, a afetividade como ponto de partida e apoio surtirá como tática proveitosa que os conectará em sala de aula. A educação se dá no mundo da convivência, bem como no interior do individuo, vejamos o que defende MATURANA:

 "... um processo em que a criança ou adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro" (MATURANA, 2001, P. 29).
Num terceiro apontamento penso não ser fácil para o aluno colocar-se no ponto de vista do professor, tão pouco o professor dar-se conta que o aluno tem raciocínio diferente do seu, mais uma vez trago os ensinamentos de MATURANA, (2001, P. 43)), qualquer relação social depende de assumirmos as capacidades do outro envolvido nessa relação, e, se isso não ocorrer, essa relação deixará de ser social. O educador precisa colocar-se no lugar do educando, tentando compreender suas dúvidas a fim de lhe dar as respostas de que está necessitando e que está preparado para ouvir. Diferentes verdades existem, como tantos sujeitos existem, e devem ser respeitadas.  
 
 “[...] ninguém é analfabeto porque quer, mas como consequência das condições de onde vive” (FREIRE, 1986). 

Referências:

FREIRE, Paulo. 1986. Carta a uma alfabetizadora - Fascículo - Vereda - São Paulo. ___________. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 16. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002 ___________. Política e Educação: ensaios. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2001 (Coleção Questões de nossa época; v. 23) GADOTTI, Moacir ; ROMÃO, José E. (Orgs). Educação de jovens e adultos: teoria, prática e proposta. 11.ed. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2010. (Guia da escola cidadã; v.5)

MARQUES, Tânia Beatriz Iwaszko. Interdisciplina Psicologia na vida adulta. Powerpoint Aprendizagem na vida adulta.

MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001

APRENDIZAGENS DO SEMESTRE 2017/2



Independente do contexto escolar, de nossas dificuldades em exercer o ofício o importante é compreender as situações que se apresentam e que envolvam riscos às aprendizagens de nossos alunos, as relações entre eles, entre educando e educadores, entre alunos e a família, a mediação, a escola como instituição educadora. Tornando–se necessário que os educadores tenham consciência e formação adequada para lidar com as diferenças, dificuldades, anseios, formação inadequada e contornar o viés politico que permeia a rotina escolar pública.

Não existe um modelo ideal, e podemos considerar que o método adequado é um conjunto de combinações entre as alternativas de atendimento possíveis, desde que tenha por objetivo atender/sanar os problemas que temos quando falamos em educação. Penso que fazermos queixas, cruzar os braços, nos omitir perante as dificuldades não nos eximirá de culpa, mas apenas reforçará que nosso oficio não pode ser exercido dentro de limitações, e sim, com afeto e boa vontade alcançaremos um resultado mais acolhedor para nossa clientela. O professor é sujeito das experiências e definido não por suas atividades, mas por sua passividade, receptividade e disponibilidade frente às dificuldades do seu aluno, mais importante, sua abertura para o fato real oportunizando, produzindo mudanças, até então, silenciadas no ambiente escolar, construindo vestígios e efeitos. Diante das implicações, dos desafios e conflitos que permeiam a função de ser educador, a mesma requer uma postura de pesquisadores e agentes transformadores, pois há que se considerar a presença da responsabilidade político-social na docência. Tal aprimoramento dos conhecimentos oferecerá ao mestre novos panoramas de análise que possibilitam a compreensão dos diversos contextos vivenciados por eles, ou seja, nossa realidade social é constituída de diversidades. Em suma, constata-se que o professor nunca está pronto, acabado, mas, sempre em processo de (re) construção de saberes. 

É preciso que, nós professores, estejamos abertos a experienciar e a possibilidade de nos deixar tocar e fazer transformações. Tocar no sentido de ensinar sem repressão, mas permitindo ao aluno observar e contemplar o mundo que o cerca e libertando nossas mentes, assim como dos educando, de tabus historicamente impostos. Precisamos ter atenção aos nossos alunos na forma e meios que eles utilizam para aprender, assim, compreenderemos que os humanos são diferentes e produzem conhecimentos distintos, por isso são ricos em significados.