domingo, 9 de dezembro de 2018

OBSERVAR: O QUE PROPORCIONOU!





UMA ARTE QUE  DÁ GOSTO
É OBSERVAR O BERÇÁRIO, 
POIS ELES NÃO TEM SEGREDO
DIFÍCEIS DE DECIFRAR!
(inspirado em um poema de Ricardo de Azevedo)

 Com o avanço do curso de Pedagogia e os textos sugeridos para leitura, entendi que se faz necessário observar e refletir sobre o comportamentos dos alunos, assim comecei exercer as duas sugestões na prática em sala de aula. Teria inúmeros exemplos para relatar aqui, mas escolhi um tema que deixa muitos professores aflitos quando o assunto é desfralde. 

Devido os apontamentos realizados, sobre o desfralde, ocorrido no ano passado resolvemos abolir o desfralde coletivo em troca de mais estímulos para os pequenos, como, uso da escada para eles no momento das trocas da fraldas, perguntar quando íamos trocá-los se estava com xixi ou cocô e, ao retirar a fralda mostrar o que eles haviam feito. Logo, começamos a perceber que as crianças começaram a demonstrar interesse e curiosidade pelo que havia na fralda, bem como, entre eles,  queriam olhar na fralda do colega o que havia na mesma. Nesse momento percebemos que havíamos entrado na fase do desfralde com eles sem mesmo percebemos e de forma prazerosa. Com isso, concluímos que aquele velho desfralde, que era comum aos nossos olhos, não havia mais razão de existir, ou seja, o coletivo, sem  respeitar e identificar a maturação de cada criança. 

Diante dessa constatação percebemos que  o desfralde é da criança e não do adulto, tão pouco um treinamento oferecido pelo adulto. Induzir a criança para tal atitude é desrespeitar o tempo de aprendizado da mesma, podendo ser prejudicial ao seu desenvolvimento e acarretando problemas graves que se estenderão na infância e vida adulta.

Outrora,  também na fase do desfralde, é normal acontecer os escapes, regressão e evolução, exemplo, voltar a fazer xixi na calça após o desfralde completo. Nesse momento é necessário estar atento aos sinais da criança, conversar com ela para saber os reais motivos e acalmá-la, ter paciência. Jamais ofender ou agredir verbalmente o infanto. 

De acordo com a Presidente do Departamento Cientifico de Pediatria Ambulatorial da SBP - Sociedade Brasileira de Pediatria, Mariane Franco, o desfralde "é uma transição da vida da  criança. Requer dedicação dos pais e paciência. É preciso que aconteça no tempo certo, geralmente a partir dos 2 anos e normalmente a criança já comanda os esfincteres".  Aos educadores cabe incentivar o inicio da retirada das fraldas ao perceberem que a criança estar preparada para tal ato: a criança já aprendeu a andar, tem paciência para ficar sentada, presta atenção nos que os adultos dizem, compreende que possui desejos, realiza suas necessidades fisiológicas em horários previsíveis são alguns sinais, entre outros, que a criança sinaliza para o inicio das retiradas das fraldas.

Na escola temos o procedimento de chamar a família para uma reunião de orientação, porque além de orientar a criança para a transição é preciso também orientar os adultos. Afinal, a maior tarefa do adulto é estimular a criança a passar essa fase por conta própria. E graças ao ato de refletir e observar dos meus colegas e eu, o desfralde a partir desse ano foi totalmente revisto e alterado com o intuito de ser mais humanizado aos pequenos. 

bibliografia:

BRAZELTON, T. Berry. SPARROW, Joshua D.Tirando as fraldas. Ed. Artmed, 2005

sábado, 1 de dezembro de 2018

REESCRITA RETRATO DA ESCOLA




A postagem Retrato da minha Escola carece de reformulação por apresentar apenas um passo a passo  de como pretendia documentar a escola onde atuo. O texto não apresenta, em si, uma escrita que de fato descrevesse em pormenores a história da criação da entidade  escolar. O intuito da reescrita de tal postagem é  apresentar um relato com outra possibilidade de escrita, visando proporcionar uma noção mais ampla do contexto social e histórico dessa instituição educacional. 


A  criação da EMEI Sadi Pipet de Oliveira se dá por volta de 1997 com a junção de casais católicos oferecendo celebrações religiosas a uma comunidade carente denominada, na época, bairro Curtume. Daí o primeiro nome da instituição ser Creche do Curtume. Com mais intimidade ás necessidades dos moradores, perceberam outras necessidades básicas dessa comunidade, como um espaço para os pais deixarem seus filhos para poderem trabalhar. Diante dessa dificuldade mais urgente, meados de 1978,  surge a ideia de montar uma creche para atender 30 crianças em uma casa alugada pelo grupo de casais mencionados anteriormente.


A partir de então, o movimento começa a ser fortalecer, ganhando reconhecimento e apoio de diversos setores da sociedade, inclusive do âmbito governamental. Doações se fazem cada vez mais significativas, o que possibilita a ampliação do espaço educacional visto que a clientela já era estimada aproximadamente em 90 crianças de múltiplas idades.

O espaço que inicialmente fora criada para cuidar de crianças, enquanto os pais pudessem trabalhar, foi se tornando, devido a necessidade do bairro, um espaço educacional graças as doações da sociedade, como terreno, eventos para arrecadar fundos, serviço de voluntariado e convênios com o Município de Torres, inclusive este fazia a cedência de professores e funcionários públicos para atender a demanda educacional da Creche do Curtume. Vale destacar que a mesma ofertava cursos profissionalizantes através de oficinas, contudo, tal serviço, com o tempo foi desativado definitivamente.

Até meados de 2015 a Creche era mantida através de Convênios com a Secretária do Trabalho e Cidadania e Assistência Social, doações, evento e colaboração mensal do padrinhos sociais. Com o advento da lei preconizando que a Educação Infantil ficaria a cargo do Município, este passou a administra a Creche do Curtume, iniciando uma nova era dessa instituição. Hoje a escola possui o nome de EMEI Sadi Pipet de Oliveira em homenagem a um dos fundadores.
   
     
 


     




     

      
     

    

     

        

Finalizando a reescrita e com o objetivo de analogia de ambas as postagens o endereço eletrônico da  primeira versão e o seguinte https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6109726530448589034#editor/target=post;postID=1824916489961050697;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=87;src=link

terça-feira, 27 de novembro de 2018

EDUCAR É UMA PROFISSÃO IMPOSSÍVEL? (2)


Relendo as minhas primeiras postagens percebi o quanto era imatura e com pouco acesso a dilemas na área da educação, que naquele tempo não havia parado para analisar. Dentre tantas, escolhi a postagem intitulada Educar é uma profissão impossível?, do qual será denominada com o mesmo titulo, porém identificada como parte dois, com o objetivo comparativo da primeira para a mais atual. 

No primeiro texto afirmei que era uma profissão árdua, mas tinha uma preocupação, ainda comum a certos professores, que era de ensinar e o aluno aprender e, para tanto apenas o conceito da TRANSFERÊNCIA - a partir  dessa relação que o aluno aprende, fortalecendo um vinculo afetivo -ensinar com amor seria o mais importante.

Com acesso as leituras pude perceber que havia outras questões atreladas, tão importante como o vinculo afetivo que procurava desenvolver com os alunos. Questões  de cunho atual e necessárias para construção do conhecimento, exemplo, a produção de redes de ensino para trocas de experiências entre alunos/professores de diversas localidades.

 O afeto é um dos ingredientes do bolo, mas temos outras questões que precisamos abordar, tais como a forma que se dá a percepção desse conhecimento e as mudanças culturais que ocorrem velozmente. Fazer uso das tecnologias a favor da educação se faz necessário, pois é o universo do qual estão atrelados nossos alunos, uma espécie de aldeia global (MENEZES, 1999), onde o meio é a mensagem de comunicação entre eles, gerando com isso novos padrões de vida. As tecnologias aliada as  reflexões  nas escritas nos proporciona questionamentos que outrora adormecidos, mas que nos ajuda a reencantar a educação. 

A comunicação e a educação são processos que andam juntos a partir das relações afetivas e, que os primeiros possa irradiar produção de saber, interação emocionais que possam desacomodar os alunos com o intuito de tirá-los do pacto da mediocridade. Fazer com que eles (educandos) desejem colocar-se em movimento produzindo efeitos, assim: "Se o dado informacional não provocar a reinvenção  da trama informacional que é cada sujeito, ele não produz comunicação, ação se torna comum. Ele redunda e o sujeito paralisa ou, no minimo, não se movimenta, não produz vida", (BAPTISTA, p.3).


Referê ncias bibliográficas:

BAPTISTA, Maria Luiza Cardinale. Emoção e Ternura: a Arte de Ensinar.
MENEZES, José Eugenio de Oliveira. As formas de percepção e as mudanças culturais. Revista NIFE, Faculdades Sant'Anna, a.6, n. 5, p. 193-196, 1999.

https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6109726530448589034#editor/target=post;postID=4161540752584555582;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=76;src=link último acesso 27/11/2018

sexta-feira, 22 de junho de 2018

A IMPORTÂNCIA DOS ESTÁDIOS PARA A APRENDIZAGEM


Para Piaget, não basta saber os nomes e características dos estádios, pois elas são extremamente variáveis. Podemos  encontrar crianças que avançam rapidamente, outras, nem tanto. Para Piaget isso é previsível, pois estamos falando de médias. Para o autor, o individuo deve ser analisado a partir do seu comportamento e não da sua idade. Portanto, a idade não será suficiente para nos dizer em qual período de desenvolvimento a pessoa  encontra-se, por isso a  teoria de Piaget não é Maturacionista.

Os estádios tem caráter integrativo, significa que o individuo pode apresentar os instrumentos de todos os estádios anteriores, que em alguns momentos,  irá circular por outros períodos de desenvolvimento.

Nem sempre todos os indivíduos passam por todos os períodos ou estádios do desenvolvimento. Porém, se alguém está vivendo um estádio atual, significa que passou pelos anteriores – NÃO SE QUEIMAM ESTÁDIOS, o que é denominado sucessão constante.

Os estádios são degraus de equilíbrio estruturais e não para mensurar conteúdos, logo, com certa restrições podemos ensinar qualquer conteúdo para as crianças/ adolescentes, claro, respeitando sua capacidade estrutural.


Fonte:

 BECKER, F. e MARQUES, T. Estádios de Desenvolvimento. In BECKER, F. Educação e construção do conhecimento, 2ª. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2012

DÉCADA DE 80 E A TECNOLOGIA DISPONÍVEL


 Minha vida escolar teve início  na década de 80 com  recursos pedagógicos escassos em que praticamente todas nós possuíamos as mesmas coisas. Fomos educadas basicamente com lápis, caderno, borracha, livros, quadro negro e giz.
Uma vez por mês recebíamos folhas mimeografadas para realização das provas. Nosso material escolar resumia-se apenas na mochila que tinha que durar pelo menos três anos, o estojo, um ano letivo e só comprávamos cadernos, borrachas e lápis quando estes se  gastavam, contudo em nossos lares, o televisor,  nesta época ainda preto e branco, fazia parte da mobília da casa, onde por meio dele assistíamos desenhos animados. Somente anos depois, o televisor que transmitia imagem colorida, que até então era luxo para poucos, substituiu aquela tela de 14¨ de tubo amarelo, e botão de girar que fazia parte da mobília de nossas residências.   
Regressamos à escola dos anos 80 marcada pela transição de educação em massa, embora o  consumo começasse a ser mais fácil, alguns itens eram espartanos e quem tinha a palavra final era os pais e os professores.
É fato que a tecnologia evoluiu em uma velocidade alarmante quando comparada a outros aspectos de nossas vidas e no planeta, porém com dificuldades de dimensionamento, leia-se no sentido de acessibilidade e aplicabilidade no contexto educacional.
Conforme Pretto;
São muitas as tentativas de sistematização da evolução científica e tecnológica no mundo das comunicações. A invenção do transistor e o conseqüente desenvolvimento dos sistemas computacionais são sempre apontados como marcos importantes neste universo.(1996)
A chave para abrir esse mundo contemporâneo nos foi apresentada nas décadas seguintes com o ingresso na faculdade, onde a internet passa a fazer parte da realidade do mundo acadêmico e, rapidamente vai se despontando  como elemento de conexão indispensável  na  produção de conhecimentos e cultura.

No entanto, conforme referenciado por Pretto[1],
[...] a pura e simples introdução destas tecnologias não é garantia desta transformação. Esta introdução é, portanto, uma condição necessária mas não suficiente para que tenhamos um sistema educacional compatível com o momento histórico. Desta forma, introduzir estas tecnologias exige compreender de forma mais ampla a necessidade de fortalecer os nós - as unidades escolares que por sua vez articulam-se intensamente com os valores locais - de tal forma a dar maior visibilidade aos nós desta rede, aumentando concomitantemente a conectividade entre estes nós, estabelecendo-se com isso as rede de conexões [...] (1996)

Nossa educação ainda é centrada em velhos paradigmas e incompatíveis com o momento histórico. Quando falo em “velhos” paradigmas me referido a três grandes falácias que, [...] como afirmou Emilia Ferreiro para a Revista TV Escola. Segundo ela, insistimos ainda que a aprendizagem deve se dar sempre do concreto para o abstrato, do próximo para o distante e do fácil para o difícil (MEC 1996). (PRETTO, 1996)
O resultado desse pensamento será refletido nas dificuldades de compreender as transformações contemporâneas sinalizadas em todas as áreas: trabalho, lazer, social e educacional. Ignorar tal realidade é desconhecer as transformações  e necessidades de nossos jovens e adolescentes.
Para Pretto;
Precisamos compreender mais de que forma esta geração X (novas tribos) convive simultaneamente com os vídeo-games, televisões, Internet, esportes radicais, tudo simultaneamente, de forma múltipla e fragmentada, tudo ao mesmo tempo. Esta geração já relaciona-se com as novas medias de forma diversa e já existem sinais de um novo processo de produção de conhecimento, ainda desconhecido pela escola. (1996)

As tecnologias transitam em nossas realidades da mais diferentes formas, embora desconhecida ou ignorada pelas escolas, fato que mediante todos os avanços, esta continua a enfatizar apenas a formação de mão de obra, porém este conceito está mudando.
Até aqui conseguimos dois pontos importantes. Primeiro que as transformações do sistema educacional passa obrigatoriamente pela metamorfose dos professores com formação pedagógicas condizentes com o contexto histórico, segundo maior interação entre os mundos da comunicação e informação com a educação , haja visto, que há grande distâncias entre os dois primeiros com o processo educacional em nosso país, onde a desigualdade social é acentuada.
Retomando a questão da mão de obra temos que pensar que tecnologia de ponta não se faz com mão de obra barata, esse apontamento nos faz pensar que a desqualificação do sistema educacional (professores e alunos) seja unicamente interesses de manobras e conchavos políticos. Necessariamente temos que considerar como fundamental a introdução das tecnologias e informações nos processos de ensino aprendizagem.
A introdução por si só não basta é necessário compreender a sua  real necessidade de forma ampla – instalações satisfatórias e profissionais treinados para o processo coletivo de produção de conhecimento.
A escola, conectada, interligada, integrada, articulada com o conjunto da rede, passa a ser mais um elemento vital deste processo coletivo de produção de conhecimento. Nesta navegação, portanto, percorremos caminhos ilimitados, sem fronteiras. (PRETTO, 1996)

Para temos uma modernização do sistema é mister uma transformação profunda em todos os setores em engloba a sociedade com implantações de políticas condizentes com as transformações da sociedade.


Referências:

PRETTO. N. Educação e inovação tecnológica: um olhar sobre as políticas públicas brasileiras. FACED/UFBA. 1996 Disponíveis em < https://www2.ufba.br/~pretto/textos/rbe11.htm > acesso em 06 de maio 2018.





[1] Nelson Pretto é professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Doutor em Comunicação pela USP (1994). E.mail: pretto@ufba.brHome-page: http://www.ufba.br/~pretto Fax: + 55 (0)71 235 2228

ALFABETIZAÇÃO; O QUE IMPORTA!

O analfabeto, é mártir da injustiça social, é negação de afirmação de homens e mulheres ao direito de ler, compreender, transformar suas experiências e de reconstituir sua relação com a sociedade mais ampla, de direito à alfabetização. Por isso, alfabetizar não significa saber ler e escrever, mas compreender o que se lê e escreve e, que esse processo de alfabetização seja através de um projeto político, onde o educando tenha sua própria voz, consciência reflexiva e traga-lhe abertura de novos horizontes.
Alfabetizar letrando pressupõe partir de temas que questionam a realidade dos mesmos, visando uma educação problematizadora, mediado por um professor-cidadão crítico, onde os educandos são levados a assumirem-se como sujeitos da construção de si mesmos e da sua realidade. Tal educação oportuniza  à libertação e por conseguinte a dialogicidade onde o conteúdo programático não será imposto, mas fundamentado no universo das aspirações, anseios e desenvolvimento da consciência crítica dos educandos, tendo como resultado levar o aluno a perceber os benefícios políticos, sociais e culturais que o  ato de saber ler, escrever e interpretar pode lhe proporcionar - emancipação do homem.

 fonte:
ALFERES, M. A. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: TECENDO RELAÇÕES COM O PENSAMENTO DE PAULO FREIRE, disponível em <http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20170601130727.pdf > acesso em junho de 2018.




ESCOLA E REALIDADE


Os desencontros da escola com a sociedade nos dias atuais é contundente, pois a transmissão de  informações são prontas e moldadas, o que não incentiva a criação e a reflexão sobre a realidade dos alunos. A escola mantém a mesma estrutura e os mesmos preceitos daquela época do sistema escolar, visto que a sociedade não se apresenta mais no modelo sólido e estruturado o qual concebia a sociedade na época da elaboração e construção da escola. Atualmente novos valores e necessidade se fazem valer, em especial, quando falamos na EJa que deve ser voltada na necessidade de formação de homens livres e pensantes.

A necessidade de compreender a função da escola neste século XXI nos remete à busca dos significados e dos sentidos que o sistema educativo tem – ou deveria ter – diante da formação das necessidades das novas   gerações - EJA.  Esta compreensão se torna fundamental quando percebemos que a escola se mantém de maneira tenaz, impondo certos modos de conduta, de pensamento e de relações próprias, independente das mudanças que ocorrem na sociedade; o que a torna desinteressante para a grande demanda de estudantes que são obrigados a frequentá-la diariamente. 

Percebemos que as instituições educativas realizam um trabalho o qual visa o controle, tornar dócil a consciência, isto é, almejam um indivíduo normalizado. Necessitamos de uma escola que instrui e que forma, que ensina conhecimentos, mas que consiga formar cidadãos critícos com objetivos de serem cidadãos livres através do conhecimentos, pois só este pode possibilitar a emancipação.

 As escolas de nossa realidade funciona  transmitindo informações, que são prontas e moldadas, o que não incentiva a criação e a reflexão sobre a realidade dos seus alunos. e esta forma de ensinar não torna os sujeitos com ela envolvidos capazes de armazenar os objetos em seu contexto, sua complexidade, seu conjunto, resultando em  alunos que saem da escola todo ano não conseguindo estabelecer uma relação entre o que viveu e aprendeu na escola, com a realidade fora dela.

As instituições escolares não podem transmitir nem trabalhar dentro de um único modelo de pensar, afinal o objetivo de toda prática educativa – facilitar a reconstrução do conhecimento experiencial do aluno – não pode se entender nem se desenvolver sem o respeito à diversidade, às diferenças culturais e  individuais que determinem o sentido, o ritmo e a qualidade de cada um dos processos de aprendizagem e desenvolvimento. 

terça-feira, 19 de junho de 2018

EJA e alguns critérios


Embora não tenha atuado na EJA penso que alguns critérios devem ser levados em consideração. Em tese,  adolescentes e adultos encontram-se no estádio operatório formal, nem todos  adquirem essa capacidade ao mesmo tempo, outrora podendo ser determinadas por diversos fatores alheios a sua vontade e justificados desde a sua infância.
A escola que continuar a insistir no repasse de respostas prontas estará na contramão do pensamento moderno, além de frustrar o aluno,  tudo que professor  pretender amealhar para uma boa aprendizagem será inútil caso não observe a realidade e necessidade individual dos alunos, estes ficarão menos motivados para aprender.
Outro fator que apontamos trata do Conceito de Transferência e a importância da afetividade no processo de aprendizagem, ambos já estudados anteriormente, sem eles não podemos mensurar um ensino de qualidade, pois não basta o professor passar o conteúdo - aluno tábua rasa -  e desprezar as relações interpessoais originárias das individualidades e  da sala de aula, afinal, o aluno é o resultado de suas origens e das  constantes transformações na troca com o meio. Cabe ressaltar a importância da confiança do aluno para com o professor, onde o primeiro terá seus conhecimentos reconstruídos sobre valores fortemente arraigados nunca antes desacomodados. Falamos aqui em solidariedade mútua através de mudança estrutural, oriunda da convivência das partes - modo de aprender e ensinar para o aluno e o mestre, e  essa cooperação abrirá possibilidades para o caminho intelectual.

Referências:

MARQUES, Tânia Beatriz Iwaszko. Aprendizagem na vida adulta.
 REAL, Luciane Magalhães Corte e PICETTI, Jaqueline. Aprendizagem amorosa: transformações na convivência de aceitação do outro como legítimo outro. 2011. Educação e Cidadania nº13. Editora UniRitter.

GERAÇÃO ANALÓGICA

Leituras nos possibilita entender o mundo, seus feitos e a trazer retorno pessoais que estavam sem repostas. Digo isso, porque ao terminar a leitura de SCHLEMMER compreendi o motivo de tantas dificuldades e bloqueios que tenho em relação as tecnologias. A autora explora de maneira precisa as gerações analógicas e  as gerações que já nasceram com a tecnologia a seu dispor. Como sou da primeira geração lembro que quando chegava algo novo em casa (som, TV, rádio, Máquina fotográfica...) eramos proibidos de mexer, sob a alegação que podia estragar,  e isso suava aos meus ouvidos como algo terminantemente proibido - poderia estragar na minha mão. Até hoje carrego esse receio de qualquer produto que adquiro, penso antes de mexer: Vou desconfigurar tudo e não vou mais acertar o que já estava funcionando. 

Quando tínhamos a oportunidade de mexer, para aprender, eramos tolhidos e a nossa curiosidade era ceifada naquele momento, acredito que minha dificuldade tenha reflexo nos meus tempos de criança e até hoje sempre preciso do suporte da minha filha para ensinar o que para ela é simplório. Entendi na leitura do texto que sou de uma geração analógica e uma imigrante digital, ao passo que nossas crianças, ao nascerem, estão inseridas e interagindo  no mundo digital impulsionadas pela própria família, ou seja, geração de mexer para ver como funciona, enquanto a minha era, não mexe para não estragar!

Como as crianças na atualidade já nascem tecnologizadas ( termo usado pela autora) a forma como se comunicam é diferente das gerações passadas -  geração analógica que tardiamente foram apresentados ou introduzidos de forma obrigatória ás tecnologias. Contudo, cabe salientar que a ação do sujeito nesse encontro de diferentes culturas se dará através da colaboração e da cooperação a partir dos conhecimentos de cada um dos sujeitos utilizando diferentes pontos de vista.

Aos poucos estou dominando - para não dizer engatinhando - na língua digital, mas com forte sotaque analógico. Tudo bem!!! Reflito e valorizo sobre minhas pequenas conquistas no mundo tecnológico, mesmo que num primeiro momento pareçam pequenas perto do que ainda tenho que conquistar pela necessidade, curiosidade e do desejo que tenho para aprender.

fonte:
  SCHLEMMER. Elaine. O trabalho do professor e as novas tecnologias. Revista textual. Set. 2006, p. 33-42

OBEDIÊNCIA

" ... a criança obedece não porque ela é menor e nós maiores, mas porque nós somos fascinantes e ela deseja se transformar em um adulto fascinante também."
Gabriel M. Salomão

A maioria das famílias ao chegarem na porta da nossa sala de aula observam seus filhos fazendo algo que os deixa surpreso. Ficam parados observando seus filhos realizando feitos que, segundo eles, não fazem em casa por nada. Para tais afirmações e  indagações encontraremos respostas no livro Mente Absorvente de Maria Montessori, onde a autora traz explicação de  como o adulto pode se tornar digno da obediência da criança. 

Para Montessori a obediência necessita passar por três níveis: Primeiro nível da obediência: nesse período precisamos sermos adultos pacientes, pois a criança obedece de vez em quando, ou seja, quando a sua vontade e a da pessoa que pediu são iguais. O que significa dizer que ela não amadureceu o suficiente para abrir mão de sua vontade pela do outro. No segundo nível - a criança tem muito mais êxito em suprimir sua vontade e executar a vontade do outro, encontra-se mais desenvolvida o que terá reflexo em ser obediente com mais facilidade. Essa fase tem certa fragilidade, pois dependendo como for conduzida pelos adultos (chantagens, recompensas, ameaças....) pode dificultar/impedir a criança de chegar no terceiro nível. E, ao chegar ao terceiro nível a criança obedece porque deseja e sente prazer, estão ansiosas para receber solicitações e executar com satisfação. A obediência, nessa fase, está estritamente ligada aos adultos que ela admira, e não aquele que a oprimi, assusta ou que faz dessa solicitação, para com ela, uma moeda de  troca ou recompensa.


No nosso cotidiano escolar primamos por crianças autodisciplinadas, autônomas e independentes, claro, guardadas as devidas individualidades. 

fonte de leitura: 



sábado, 9 de junho de 2018

PEDAGOGIA RELACIONAL



Entreguei ao meu aluno um balde com palitos diferentes com o intuito de  agir e problematizar sua ação, pois tinha a pretensão apenas de observar sem pedir que fizesse algo,   com isso dando significado para ele e provocando assimilações. Observei que sua conduta encontra-se fundamentada numa pedagogia relacional, isso significa dizer que professor e aluno avançam mutuamente. Hoje entendo que minha conduta estava pautada em uma pedagogia que os estudados da faculdade iria me apresentar posteriormente e, naquele momento estava propondo algo fundando no construtivismo sem saber.

  A pedagogia relacional será a porta de entrada para o construtivismo. Dai a dificuldade dos professores em utilizá-lo em benefício das crianças, e essa é uma preocupação rotineira dos educadores, vejamos: “... o construtivismo e o não construtivismo são duas formas de conhecimento. O problema é diferenciá-las e integrá-las... quando e como operá-los em proveito da educação da criança...” (MACEDO.  NILO DE, p. 5). Poucos são os educadores que detém conhecimento apropriado sobre essa ferramenta, ocasionando com isso, uma celeuma de métodos dos quais não conseguimos identificar uma vertente.
Enquanto o não-construtivista  a ação é induzida, no construtivismo é uma ação espontânea levando a crer que repetição de resultados não é o almejado, mas a elevação de um nível superior aquilo que já foi realizado em outro nível. Elevar tem conotação de estimular o aluno a produzir seu próprio conhecimento, com isso sujeito pensante e protagonista do seu desenvolvimento – pedagogia libertária/ escola democrática cujo definição encontra-se bem elaborada por (TOSTO. ROSANEI, 2011)
Na escola democrática o professor deixa de ser autoridade ou transmissor do conhecimento para tornar-se mediador das relações interpessoais e facilitador do descobrimento. Os educadores são tutores responsáveis por determinados alunos e, junto com eles, determinam quais conteúdos serão estudados conforme a vontade do próprio aluno. Atuam como orientadores e esclarecedores de dúvidas, diferente do papel de um professor autoritário e rígido das escolas tradicionais. A partir deste conceito a relação professor-aluno torna-se de parceria e ausente de qualquer tipo de autoritarismo ou inferioridade em ambos os lados. A atuação direta do profissional resume-se em co-orientar o percurso educativo de cada aluno e a apoiar os seus processos de aprendizagem, assim como acompanhar todos os educandos e trabalhar para que conquistem sua autonomia, compreendendo o porquê e o para quê estudar.


                 Embora se preconize no construtivismo, assim como nas escolas democráticas para que os alunos sejam motivados a buscar o conhecimento partindo do seu próprios interesses (autonomia)e conteúdos condizentes a estrutura cognitiva do aluno, temos muito que  avançar e as falhas são justificadas, não aceitas, pois o nosso  processo educacional da humanidade começou de forma opressora e com finalidades escusas daquelas a que realmente de propõe uma boa educação .

            Referências bibliográficas

 BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.89-96, 01 jun. 1994. Semestral. 19(1). Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-Modelos-pedagogicos-e-modelos-epistemologicos-2-pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018.
MACEDO, Lino de. O Construtivismo e sua função educacional. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.25-31, 01 jun. 1993. 18(1). Disponível em: <https://www.ufrgs.br/psicoeduc/piaget/o-construtivismo-e-sua-funcao-educacional/>. Acesso em: 10 abr. 2018
 TOSTO, Rosanei. Escolas Democráticas Utopias ou Realidade. Revista Pandora Brasil,  ISSN 2175-3318. v. 4. 2011. Disponível em: <http://docplayer.com.br/7270548-Escolas-democraticas-utopia-ou-realidade.html>. Acesso em: 10 abr. 2018.
  VARELA, Julia et al. A Maquinaria Escolar. Teoria & Educação, São Paulo, n. 6, p.68-96, 1992. Disponível em: <https://pt.scribd.com/doc/70553618/Julia-Varela-e-Fernando-Alvarez-Uria-Maquinaria-Escolar-1>. Acesso em: 10 abr. 2018.

AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL


Passado o momento de socialização e interação com o grupo escolar do inicio do ano letivo - período delicado marcado pela separação da criança e da família, acompanhado de muita insegurança e choro, atitudes naturais da criança que faz parte desta etapa - Berçário II. Chegamos ao momento da avaliação. Levar em conta essa fase,  conhecer a individualidade de cada criança, observar o que as fazem sentir mais segura e confortável no ambiente escolar, bem como as brincadeiras de interesse e como cada criança se relaciona como os colegas e demais profissionais da escola, perceber como cada criança responde aos estímulos de socialização e interação que foram oportunizados nesse período, são informações importantes para ser analisada na hora de avaliar. 

Na pratica não é bem assim que acontece, pois observo uma valoração desnecessária da avaliação na educação infantil, na medida que há uma exigência em documentar "algo" para ser entregue aos pais. No momento que avaliamos, sem critérios,  corremos sérios riscos de  registrar afirmações definitivas sobre um ciclo de vida da criança que se encontra em desenvolvimento, ainda, passível  de omitimos  descobertas que as  vezes passa despercebidos aos nossos olhos ou podemos julgar sem vália para nós, enquanto para o aluno é significativo.

A avaliação deve ser uma ferramenta de trabalhos de apoio para professor e alunos. Ao primeiro como uma sondagem dos aspectos que deverão ser melhores trabalhados nos meses seguintes, as habilidades/necessidades que a (s) criança (s) porventura esteja apresentando,  como um instrumento facilitador para apontar falhas, sucessos ou oportunizar uma reflexão do trabalho do professor. Para chegarmos nessa fase de analise o primeiros dias de aula já são importantes, assim como o planejamento das atividades e da rotina deverão propiciar um contato de qualidade, seja na parte dos cuidados, quanto na parte pedagógica, garantindo a organização de ambientes seguros e instigantes para que as crianças possam explorar o seu eu e o mundo que a cerca. É uma das etapas mais difícil para o professor, pois requer tempo para observar e analisar de forma continua seus alunos, o que na prática nem sempre é possível. Vejo como um ato sério, comprometedor e deve ser pautado na  consciência por parte de quem elabora uma avaliação, pois podemos comprometer o futuro educacional de um aluno, contudo temos que buscar leituras para sanar carências que a maioria dos professores possui nessa área.

VÍNCULO, MOVIMENTO E AUTONOMIA

O QUE AS CRIANÇAS PRECISAM APRENDER NO BERÇÁRIO II?
COMO NÓS EDUCADORES PODEMOS AJUDÁ-LAS A CONQUISTAR SUAS NECESSIDADES?

A criança necessita que o adulto acredite e a veja como um ser capaz, e a cada estimulo, ela possa ampliar sua autoestima, melhorar sua capacidade perceptiva  e possa confiar neste adulto que a protege.  Contudo, acreditamos que o vínculo, o movimento e a autonomia estão interligados no processo de aprendizagem dos pequenos, pois é através de um olhar sensível será possível promover uma estabilidade emocional e funcional deste ser que está conhecendo e explorando o mundo a sua volta. 

Pensando nessas necessidades elaboramos o projeto Vínculo,  Movimento e Autonomia - Um olhar sensível para as crianças pequenas. Nossa proposta foi estabelecer e fortalecer vínculos afetivos entre as crianças e das crianças com os educadores: estimular o movimento, proporcionar desafios corporais e espaços amplos para atividade com o corpo utilizando recursos variados. 

Quando a criança possui espaço e liberdade para se movimentar, aprendem a medir força e seus limites, é nesta fase que elas mais precisam do espaço e do vinculo para se conectar com o mundo, como o outro e consigo mesma. Elas se exercitam até que superem suas limitações corporais, tendo o domínio da ação, e depois seguem para outro desafio. O movimento é uma das primeiras conquistas da criança rumo a autonomia, formação da identidade, as experiências relativas ao espaço e ao tempo. As crianças conquistam um equilíbrio entre movimentos espontâneos e controlados avançando na sua motricidade global e, consequentemente, começa a atender às solicitações dos outros, realizar tarefas que julga ser capaz de fazer e expressar com maior habilidade suas vontades e frustrações.

Por fim o vínculo acompanha este processo, quando o educador e a criança estabelecem uma comunicação afetiva que se evidencia através dos abraços e carinhos incentivando à superação  dos desafios, bem como nos cuidados essenciais como as trocas de fraldas, alimentação, banho e na hora do descanso.


quarta-feira, 23 de maio de 2018

AS TECNOLOGIAS NO ÂMBITO ESCOLAR

Estamos na era onde tudo é veloz, inclusive os estudos e as ferramentas para o ensino permeiam o mesmo caminho. Aqui vou me ater as tecnologias, não esquecendo que quando falamos em tecnologia a escrita  encontra-se inserida nesse tema, pois é um mecanismo tecnológico  que permite gravar conceitos e informações que transcendem o  tempo A primeira abordagem  que fiz sobre o tema tinha a concepção  do termo stricto sensu, ou seja, no que apenas é moderno/atual. Com as leituras entendi que tal conceito é muito amplo e tecnologia existe desde os nossos primórdios, como é o caso do exemplo citado acima.

Tentarei trazer o tema para dentro do âmbito educacional,  não cabendo reagir contra as tecnologias, mas colocar ao nosso favor enquanto professora e instrumento facilitador e motivacional para nossos alunos. Precisamos conhecer, dominar tal recurso, pois cada vez mais a tecnologia será impactante na educação e um dos motivos para essa concepção encontra-se alicerçada na forma de como os jovens e crianças a utilizam no seu cotidiano de  vida. Logo, negar sua importância seria suncumbir o próprio papel da escola  -  ambiente de construções dos saberes.

Qual o papel da educação para essas novas gerações? A escola terá papel que tem hoje? Ou vai diminuir ou assumir um novo papel? Nós professores temos que pensar nisso, embora seja algo novo no seio escolar como engatinhar, temos  diversas questões que ainda temos dificuldade em responder, entretanto concluímos a seguinte afirmação: Não adianta termos tecnologia se continuarmos com possibilidades pedagógicas ultrapassadas.

Como utilizar de forma benéfica para nossos alunos? Porque usar eles já dominam muito  bem, mas de forma proveitosa, voltada para a construção do conhecimentos é algo que precisamos meditar. Dando inicio a tal pergunta, não digo aqui  que a resposta esteja completa e acabada, mas como estudante de Pedagogia e professora arrisco afirmar que a tecnologia deve servir os humanos e não vise versa, ainda, o papel da escola é construir concepções  de cidadania (visão critica em relação a tecnologia), criação de novas tecnologias (interação entre eles - redes) com o intuito de melhorar o que já existe e voltada para a construção do conhecimento  um com os outros(Construtivismo).

São inúmeros perguntas feitas e tantas sem respostas, mas algo posso afirmar com convicção: o modo como ensinamos  e aprendemos dentro desse mundo tecnológico encontra-se respaldado em renomados nomes como o psicologo Vigotsky  e Piaget em sua teoria do desenvolvimento da inteligência. O primeiro quando fala da zona de desenvolvimento proximal (ZDP), ou seja, aquilo que a criança já sabe e aquilo que tem potencial a vir a ser, desde que seja assistida por outrem, o professor é o mediador entre a criança e o mundo. Temos que pensar que a tecnologia é uma ampliação de nossa inteligência (google - ferramenta construtivista e  consciência coletiva fundada em Vigotski), onde o conhecimento é oportunizado também pelo que se encontra no mundo. Trazermos sentido aos nossos alunos naquilo que propormos para eles, tendo como intuito abater o famoso "copia e cola", a tecnologia por si só não é mais importante, mas sim melhorar o que já existe.


domingo, 29 de abril de 2018

CADERNO DE CALIGRAFIA


Talvez o assunto que abordo hoje não seja tão pertinente aos temas estudados no semestre, do qual nos é solicitado que façamos uma ponte, um elo entre o que estamos estudando com a nossa prática pedagógica. Porém, ontem uma situação me deixou um tanto incomodada quando uma menininha de 6 anos veio toda orgulhosa mostrar o caderno de caligrafia dela. Realmente um capricho! Olhei, admirei e realmente estava tudo muito bem escrito. Ao mesmo tempo fiquei em dúvida se ainda era utilizado tal recurso na educação, pois já havia escutado de alguns professores a abolição desse método como forma de melhorar a escrita. Assim como ouvia educadores contra, certos momentos encontrei professores e pais afirmando que é algo válido para melhorar a escrita. Como trabalho na educação infantil, ainda não havia me deparado com tal objeto, o que logicamente, não havia causado estranheza, pois pensava que era algo raro de se ver. 

Diante da minha inquietação fui pesquisar e ler sobre o tema, afinal a velocidade das informações e as mudanças das mesmas não nos permite tempo para assimilar, digerir e ter uma posição - o tempo nos consome quando o assunto é informação ( o que hoje é válido e legitimado amanhã poderá não ser). Em processo educacional básico fiz caligrafia e não entendia a lógica daquela escrita: por que escrevia e para que/quem? Meus  textos eram  gigantes ou pequenas frases tendo que ser escrita dezenas de vezes, geralmente ambos de cunho punitivo ou moral. Na contemporaneidade o cunho punitivo ruiu e encontramos  argumentos  importantes para o uso do caderno de caligrafia, claro que temos que ter nossa opinião com ressalvas e dentro de um contexto educacional a qual pertencemos e pontuando, acima de tudo, a individualidade do aluno (processo psicomotor adequado). Embora o processo de escrita se desenvolva desde os seis primeiros anos de vida da criança, o uso desse recurso deve ser utilizado para crianças que já passaram da fase de alfabetização (mais ou menos no segundo ano) e cuja a dimensão da letra esteja irregular, para desenvolver habilidades de mão, letra legível e agilidade na escrita. O objetivo não é levar a criança a ter uma letra perfeita, mas que sua escrita seja compreendida facilitando seus estudos (organização) e seu rendimento escolar. 

É importante que seja desenvolvido de forma prazerosa, sem conotação de punição, sendo uma ferramenta de suporte ao professor e de apoio ao aluno na medida que possibilita habilidades da escrita, organização, automatização das letras, aprender a controlar a pressão sobre o lápis (tônus), observar o traçado e distinguir maiúsculas de minúsculas.


fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=jzH55qFzY8M acesso em 29/04/2018

https://novaescola.org.br/conteudo/840/ainda-se-usa-o-caderno-de-caligrafia acesso em 29/04/2018

https://novaescola.org.br/conteudo/840/ainda-se-usa-o-caderno-de-caligrafiawww.psicopedagogiabrasil.com.br/em-branco-c1m1v   acesso em 29/04/2018







quinta-feira, 12 de abril de 2018

OS BEBÊS E AS CRIANÇAS PEQUENAS (PIKLER)


Na escola, esse ano, aceitei um desafio desconhecido e temido por muitos educadores, no início ia aflita e amedrontada para sala de aula, pois era algo totalmente desconhecido por mim, ainda mais que sentia o peso da responsabilidade de trabalhar com bebês. Minha diretora me chamou e  disse que eu seria uma pessoa ideal, pois ao mesmo tempo que dava limites aos meus alunos, era doce, calma, estudando Pedagogia, bem atualizada e cheia de motivação para o trabalho. Realmente, quando estamos estudando somos mais motivacionais e queremos colocar em prática os conhecimentos que estamos adquirindo, penso ser uma característica inerente aos estudantes e pesquisadores independente da profissão. Somos tomados por uma paixão à essas aprendizagens que passamos a defender veementemente.

Para minha surpresa me descobrir, me apaixonei por aqueles seres tão pequenos, mas dotados de uma capacidade de afeto, inteligência e de estado de graça gigantesco.  Quando fazemos o que nos dá prazer temos a tendência de nos dedicar mais ainda, sendo o que aconteceu comigo! Fui em busca de novas leituras e numa dessas leituras, hoje, compartilho os ensinamentos da Drª Emmi Pikler, também conhecida por Abordagem/Experiência de Löczy tendo como base princípios orientadores da importância da atenção pessoal e o papel do adulto nos cuidados com os bebês e as crianças pequenas.

Segundo a Drª Emmi Pikler, para que a autonomia e  criatividade da criança  se desenvolva é necessário que a mesma seja protagonista do seu processo de desenvolvimento, através de um processo de formação pautado na observação e na reflexão. É na presença respeitosa e afetuosa do adulto que a criança pequena explora, brinca, conhece o mundo que a cerca e conhecer-se. Nessa interação eles aprendem sobre si e sobre o outro, construindo sua identidade, assim se tornará cada vez independente e autônomo. Posso citar os momentos das trocas de fraldas quando são feitas de forma amorosa e  explicando o  motivo daquele ato e conversando sobre seu corpo e o que de fato realizou (xixi ou cocô ). Tenho o hábito de, ao retirar a fralda, mostrar para a criança o que ela fez e porque se faz necessário fazer as trocas das mesmas,  nesse momento há uma conduta harmoniosa e reciproca, com isso garantindo seu bem estar e o seu desenvolvimento pleno. sendo este pautado na atenção e valorização da relação afetiva entre o adulto e a criança, além de um bom estado de saúde física  e corporal, assim, proporcionando à criança a tomada de consciência de si e do outro.
Garantir o seu bem estar e seu desenvolvimento pleno é direito de todas as crianças e atividade escolar não deve ser meramente ligada ao corpo, mas uma proposta educativa de qualidade que permita atender as necessidades e especifidades dos bebês e das crianças pequenas.

Fonte de leitura:




terça-feira, 10 de abril de 2018

EJA E AFETIVIDADE

A criação do (a) EJA possibilitou alternativas para jovens e adultos que por motivos alheios não puderam frequentar a escola regular, são pessoas com diversas particularidades sócio e financeiras precárias, embora a maioria tenha  começado a  trabalhar muito cedo recebem rótulos de marginalizados e não se enquadram nos padrões ditados pela sociedade. Observamos que são cidadãos com forte carga negativa para vencer nos estudos, pois depois de uma longa jornada de trabalho como se dirigir a escola de forma prazerosa? Ocasionando uma alto índice de evasão escolar.

O que poderia ser eficaz para reduzir tal estatística? 

Primeiramente, como preconizava Paulo Freire, uma educação democrática e libertadora. O professor deve ter conhecimento prévio das bagagens de vida desses alunos e conscientizá-los que são agentes produtivos de conhecimentos e culturas. Incentivar, resgatar sua autoestima, mais importante, todos são capazes de aprender. Segundo lugar, a afetividade como ponto de partida e apoio surtirá como tática proveitosa que os conectará em sala de aula. A educação se dá no mundo da convivência, bem como no interior do individuo, vejamos o que defende MATURANA:

 "... um processo em que a criança ou adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro" (MATURANA, 2001, P. 29).
Num terceiro apontamento penso não ser fácil para o aluno colocar-se no ponto de vista do professor, tão pouco o professor dar-se conta que o aluno tem raciocínio diferente do seu, mais uma vez trago os ensinamentos de MATURANA, (2001, P. 43)), qualquer relação social depende de assumirmos as capacidades do outro envolvido nessa relação, e, se isso não ocorrer, essa relação deixará de ser social. O educador precisa colocar-se no lugar do educando, tentando compreender suas dúvidas a fim de lhe dar as respostas de que está necessitando e que está preparado para ouvir. Diferentes verdades existem, como tantos sujeitos existem, e devem ser respeitadas.  
 
 “[...] ninguém é analfabeto porque quer, mas como consequência das condições de onde vive” (FREIRE, 1986). 

Referências:

FREIRE, Paulo. 1986. Carta a uma alfabetizadora - Fascículo - Vereda - São Paulo. ___________. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 16. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002 ___________. Política e Educação: ensaios. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2001 (Coleção Questões de nossa época; v. 23) GADOTTI, Moacir ; ROMÃO, José E. (Orgs). Educação de jovens e adultos: teoria, prática e proposta. 11.ed. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2010. (Guia da escola cidadã; v.5)

MARQUES, Tânia Beatriz Iwaszko. Interdisciplina Psicologia na vida adulta. Powerpoint Aprendizagem na vida adulta.

MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001

APRENDIZAGENS DO SEMESTRE 2017/2



Independente do contexto escolar, de nossas dificuldades em exercer o ofício o importante é compreender as situações que se apresentam e que envolvam riscos às aprendizagens de nossos alunos, as relações entre eles, entre educando e educadores, entre alunos e a família, a mediação, a escola como instituição educadora. Tornando–se necessário que os educadores tenham consciência e formação adequada para lidar com as diferenças, dificuldades, anseios, formação inadequada e contornar o viés politico que permeia a rotina escolar pública.

Não existe um modelo ideal, e podemos considerar que o método adequado é um conjunto de combinações entre as alternativas de atendimento possíveis, desde que tenha por objetivo atender/sanar os problemas que temos quando falamos em educação. Penso que fazermos queixas, cruzar os braços, nos omitir perante as dificuldades não nos eximirá de culpa, mas apenas reforçará que nosso oficio não pode ser exercido dentro de limitações, e sim, com afeto e boa vontade alcançaremos um resultado mais acolhedor para nossa clientela. O professor é sujeito das experiências e definido não por suas atividades, mas por sua passividade, receptividade e disponibilidade frente às dificuldades do seu aluno, mais importante, sua abertura para o fato real oportunizando, produzindo mudanças, até então, silenciadas no ambiente escolar, construindo vestígios e efeitos. Diante das implicações, dos desafios e conflitos que permeiam a função de ser educador, a mesma requer uma postura de pesquisadores e agentes transformadores, pois há que se considerar a presença da responsabilidade político-social na docência. Tal aprimoramento dos conhecimentos oferecerá ao mestre novos panoramas de análise que possibilitam a compreensão dos diversos contextos vivenciados por eles, ou seja, nossa realidade social é constituída de diversidades. Em suma, constata-se que o professor nunca está pronto, acabado, mas, sempre em processo de (re) construção de saberes. 

É preciso que, nós professores, estejamos abertos a experienciar e a possibilidade de nos deixar tocar e fazer transformações. Tocar no sentido de ensinar sem repressão, mas permitindo ao aluno observar e contemplar o mundo que o cerca e libertando nossas mentes, assim como dos educando, de tabus historicamente impostos. Precisamos ter atenção aos nossos alunos na forma e meios que eles utilizam para aprender, assim, compreenderemos que os humanos são diferentes e produzem conhecimentos distintos, por isso são ricos em significados.



domingo, 21 de janeiro de 2018

A IMPORTÂNCIA DOS MEUS PROFESSORES/TUTORES

Estamos na reta final do quinto semestre da faculdade de Pedagogia/UFRGS na categoria EAD. Instituição que muito me orgulho de participar pela segunda vez, porém esse orgulho tem lá suas lutas e dificuldades na medida que somos exigidos á sermos pensantes, criativos e conscientes para nos tornamos profissionais comprometidos na área em que atuamos.  Apesar das barreiras em conciliar trabalho, familia e estudos, cheguei a mais essa etapa com bons frutos colhidos e maturidade inigualável no momento que faço uma retrospectiva quando cheguei e a fase que já estou cursando. 


O curso é árduo, talvez para muitos, curso à distância seja uma barbada, afinal desconhece a dinâmica dessa modalidade. Na prática, exceto aqueles que não possui essa experiência, é uma missão que exige muita disciplina e horas de estudos muitas vezes solitárias e autoaprendizagens que nos coloca em certos momentos inseguros  em relação ao que estamos produzindo. Nesse momento entra a suma importância dos professores e tutores, nos apoiando, incentivando e compreendendo a nossa situação para seguirmos em frente e não abandonar o curso nos momentos de cansaço exaustivo. 

Por tanto e outras ações de solidariedade dos meus professores, estou vencendo mais uma etapa, contudo se faz necessário registrar a posição de destaque  que tem na vida de um estudante a figura do professor, em vários momentos tinha o anseio de não conseguir terminar o semestre. Eles, professores são psicólogos, orientador, pai, mãe e ... AMIGO!! A importância deles é tamanha            que estão refletidos a cada dia dentro e fora da escola.

Por fim vale registrar  que o avanço da tecnologia permitiu maior aproximação para essa relação educacional, sendo uma tábua de salvação para sanar as dúvidas e angústias nos momentos de estudos e leituras. Como sugestão a leitura do texto A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR NA VIDA DO ALUNO disponibilizado http://www.ipae.com.br/pub/pt/cme/cme_73/index.htm .

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

SER PROFESSOR NA CONTEMPORÂNEIDADE

Antigamente,  a atividade do professor era  meramente técnica, subordinada ao conhecimento produzido pelos cientistas e seu trabalho caracterizado como missão – vocação. Porém, essa concepção passou por reformulações benéficas, na medida,  que se observou a necessidade de uma formação continuada, postura flexível, mantendo- se sempre em constante atualização e preparação para desempenhar sua função, não se restringindo apenas ao momento da formação inicial, pois ele se prolonga por todo o trajeto profissional do docente. Diante das implicações, dos desafios e conflitos que permeiam a função de ser educador, requer do mesmo,  uma postura de pesquisadores e agentes transformadores, pois há que se considerar a presença da responsabilidade politico-social na docência. Tal aprimoramento dos conhecimentos oferecerá ao mestre  novos panoramas de análise que possibilitam a compreensão diversos contextos vivenciados por eles. Em suma, constata-se que o professor nunca está pronto, acabado, mas, sempre em processo de (re) construção de saberes.

Por outro lado encontramos a degradação a imagem social dos professores  e este enfrentando a profissão com uma atitude de desilusão e de renúncia, aliado, como por exemplo, as políticas públicas e a forma como o Estado lida com seus professores alheio a realidade do sistema escolar. Além do educador administrar suas angustias, ter necessidade de constantes aperfeiçoamento profissional,   a construção da identidade profissional docente passa por dificuldades relevantes em sua constituição, seja em relação às dificuldades impostas pelo novo contexto educacional e social da contemporaneidade, seja pelo legado histórico da profissão.

Finalmente, algo é certo que se faz necessário, o  professor do presente não pode ser apenas alguém que aplica conhecimentos produzidos por outrem, mas tem de ser um sujeito que assume a sua prática pedagógica a repensar a sua atuação em sala de aula e os enormes desafios profissionais que enfrenta, a fim de atender as exigências do contexto atual.

 fonte: 
PRADO, Alcindo Ferreira. Mestrando em Ciências da Educação – Universidade San Carlos/2103; COUTINHO, Jecilene Barreto. Mestrando em Ciências da Educação – Universidade San Carlos/2103. REIS, Osvaldineide Pereira de Oliveira. Mestrando em Ciências da Educação – Universidade San Carlos, 2013. VILLALBA, Arsenio Osvaldo. Profº. Dr. do curso de pós-graduação, mestrado em Ciências da Educação – Universidade San Carlos. SER PROFESSOR NA CONTEMPORANEIDADE: DESAFIOS DA PROFISSÃO.