sábado, 8 de julho de 2017

VAMOS REFLETIR?

Refletindo essa semana sobre algumas cenas da escola, comecei a questionar se de fato estamos escutando nossos alunos. Se ao invés de escutá-los, não estamos afastando a sua linguagem com o intuito de trazer-los, nós adultos, para a nossa forma de falar e pensar como julgamos correta? Penso que esteja ocorrendo um não saber ouvir, não de forma intencional, mas devido a ansiedade instalada em todos os membros de nossa sociedade e  a escola também recebe tal revérbero, pois a mesma não encontra-se a margem da sociedade, sim, ambas ligadas uma a outra.

Em situações do cotidiano escolar, percebo um limite de fala do aluno para com o professor, em especial na hora da refeição e na roda onde sentam para falar sobre algo perguntado ou até mesmo para relatar sobre o seus finais de semana. Nessa  hora é  um bom momento para ser dar tempo para criança  falar e estimular diálogos entre todos, e  ao professor  ouvir, analisar as falas do alunos,bem como saber o momento, se necessário, expor sua posição de forma a não influenciar o grupo. Existe sim, uma conversa possível entre as gerações, em ensinamentos que surge da criança para o adulto - professor reflexivo.

Em busca de mais informações para tal questionamento fui em busca de leituras que propusesse mais saber, dentre tantos escolhi para nortear o tema o texto da Filosofa e Pedagoga Beatriz Antunes, cujo o título é Como podemos escutar uma criança de maneira sensível, sem trazê-la para o campo das ideias dos adultos? O referido trabalho nos traz a reflexão da importância de ouvir a criança e fortalecer a tese  que imaginava, a criança tem mais a dizer do que o nosso tradicionalismo escolar em apenas perguntar e não ofertando  tempo para ela se expressar. Não afirmo com isso que devemos perguntar aleatoriamente, mas criar condições para sentirem-se livres para dizer aquilo que ninguém poderia supor que elas diriam, ou seja, escutá-las sem preconceitos, apenas de não induzir respostas tão pouco provocar concordâncias, e sim de ouvir o que as crianças tem de fato para dizer.

Temos no cotidiano escolar oportunidades para atentar sobre o o tema, como nas linguagens, desenhos, brincadeiras, expressão corporal, além de saber perguntar, como também, ficar de canto observando e registrando o que elas fazem (Portfólios). Embora há discussões acerca das duas últimas afirmações, penso que todo meio utilizado deve vir permeado de bom senso, equidade e flexibilidade. Os meios para nos favorecer jamais deve ser de verdade única e imutável, mas acima de tudo observar e registrar de forma reflexiva para que  aquele registro seja útil e significativo para o educando.

Shhhiu: o que a sua criança está  pensando sobre esse texto?

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