quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES

Qual é o papel dos professores diante de um aluno com altas habilidades? 

Que papel você está desempenhando? Daquele professor que estimula seus alunos a procurarem novas formas de investigar e desenvolver suas potencialidades? Ou daquele professor que não gosta de ser questionado, que recrimina o aluno que pergunta e que confunde o jeito inquieto do aluno altamente habilidoso com hiperatividade e dá graças a Deus se ele tomar Ritalina e ficar quietinho, sentadinho em sua carteira?

O conceito é influenciado pelo contexto histórico e cultural: varia em cada cultura e momento social. Então, ninguém tem altas habilidades no abstrato A identificação de altas habilidades não se apoia em dados absolutos; não existem regras fixas, nem a certeza de acertar. Mesmo as medidas mais precisas somente apontam prognósticos, porque a vida humana é muito complexa e envolve muitas variáveis,  a identificação tem a função de favorecer a adoção de procedimentos educacionais adequados.  O aluno com TAH necessita que sejam criadas condições educacionais apropriadas para ele. As características dessa população não podem ser deixadas ao acaso, Qualquer sistema de ensino, de modo geral, tende a ser focalizado na média, ocasionando como predileto aquele aluno calmo, obediente e de poucos questionamentos, ou seja,  há um clamor pelo uso de medicações para esse público com o intuito de conforto apenas para o educador. 

Necessidades diferenciadas demandam atenção diferenciada, e não discriminação e isolamento, e isso deve abarcar também as altas habilidades. Sem estímulo, essas pessoas podem desprezar seu potencial elevado e apresentar frustração e inadequação ao meio.

Passamos a considerar as altas habilidades como um fenômeno multidimensional e complexo, que agrega o desenvolvimento cognitivo, afetivo, neuropsicomotor e de personalidade. Como se mostra a assincronia característica das altas habilidades? Há uma habilidade predominante que se destaca das demais, num sentido positivo: a pessoa faz aquelas coisas mais, melhor que os outros, e melhor que as outras coisas que ela mesma faz. Ela aparece quando alguma das capacidades humanas se desenvolve mais que as outras, só em casos muito raros uma pessoa tem um desempenho que se destaque em todas as áreas, ou para o mundo inteiro.

Mais uma vez, não existe um modelo ideal, e podemos considerar que o método adequado é um conjunto de combinações entre as alternativas de atendimento possíveis. E, principalmente, porque precisamos denunciar as diferenças e as carências dos sistemas instituídos em lidar com elas sem marginalizá-las. Um olhar para as diferenças pode favorecer um ensino mais individualizado e combinar pessoas com habilidades diferentes de modo mais flexível, atendendo ao verdadeiro princípio de inclusão.


Fonte: SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Um olhar para as altas habilidades: construindo caminhos/Secretaria da Educação, CENP/CAPE; organização, Christina Menna Barreto Cupertino. – São Paulo: FDE, 2008.

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