Qual
é o papel dos professores diante de um aluno com altas habilidades?
Que papel você está desempenhando? Daquele professor que
estimula seus alunos a procurarem novas
formas de investigar e desenvolver suas potencialidades? Ou daquele
professor que não gosta de ser questionado, que recrimina o aluno que pergunta
e que confunde o jeito inquieto do aluno altamente habilidoso com
hiperatividade e dá graças a Deus se ele tomar Ritalina e ficar quietinho,
sentadinho em sua carteira?
O conceito é influenciado pelo
contexto histórico e cultural: varia em cada cultura e momento social. Então,
ninguém tem altas habilidades no abstrato A identificação de altas habilidades
não se apoia em dados absolutos; não existem regras fixas, nem a certeza de
acertar. Mesmo as medidas mais precisas somente apontam prognósticos, porque a
vida humana é muito complexa e envolve muitas variáveis, a identificação tem a função de favorecer a
adoção de procedimentos educacionais adequados.
O aluno com TAH necessita que sejam criadas condições educacionais
apropriadas para ele. As características dessa população não podem ser deixadas
ao acaso, Qualquer sistema de ensino, de modo geral, tende a ser focalizado na
média, ocasionando como predileto aquele aluno calmo, obediente e de poucos
questionamentos, ou seja, há um clamor
pelo uso de medicações para esse público com o intuito de conforto apenas para
o educador.
Necessidades diferenciadas demandam atenção diferenciada, e não
discriminação e isolamento, e isso deve abarcar também as altas habilidades.
Sem estímulo, essas pessoas podem desprezar seu potencial elevado e apresentar
frustração e inadequação ao meio.
Passamos a considerar as altas
habilidades como um fenômeno multidimensional e complexo, que agrega o
desenvolvimento cognitivo, afetivo, neuropsicomotor e de personalidade. Como se mostra a assincronia
característica das altas habilidades? Há uma habilidade predominante que se
destaca das demais, num sentido positivo: a pessoa faz aquelas coisas mais,
melhor que os outros, e melhor que as outras coisas que ela mesma faz. Ela
aparece quando alguma das capacidades humanas se desenvolve mais que as outras, só em casos muito raros uma
pessoa tem um desempenho que se destaque em todas as áreas, ou para o mundo
inteiro.
Mais uma vez, não existe um
modelo ideal, e podemos considerar que o método adequado é um conjunto de
combinações entre as alternativas de atendimento possíveis. E, principalmente, porque
precisamos denunciar as diferenças e as carências dos sistemas instituídos em
lidar com elas sem marginalizá-las. Um olhar para as diferenças pode favorecer
um ensino mais individualizado e combinar pessoas com habilidades diferentes de
modo mais flexível, atendendo ao verdadeiro princípio de inclusão.
Fonte: SÃO PAULO (Estado).
Secretaria da Educação. Um olhar para as altas habilidades: construindo
caminhos/Secretaria da Educação, CENP/CAPE; organização, Christina Menna
Barreto Cupertino. – São Paulo: FDE, 2008.
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