Minha vida escolar teve início na década de 80 com recursos pedagógicos escassos em que praticamente
todas nós possuíamos as mesmas coisas. Fomos educadas basicamente com lápis,
caderno, borracha, livros, quadro negro e giz.
Uma vez por
mês recebíamos folhas mimeografadas para realização das provas. Nosso material
escolar resumia-se apenas na mochila que tinha que durar pelo menos três anos,
o estojo, um ano letivo e só comprávamos cadernos, borrachas e lápis quando
estes se gastavam, contudo em nossos
lares, o televisor, nesta época ainda preto
e branco, fazia parte da mobília da casa, onde por meio dele assistíamos
desenhos animados. Somente anos depois, o televisor que transmitia imagem
colorida, que até então era luxo para poucos, substituiu aquela tela de 14¨ de
tubo amarelo, e botão de girar que fazia parte da mobília de nossas residências.
Regressamos
à escola dos anos 80 marcada pela transição de educação em massa, embora o consumo começasse a ser mais fácil, alguns
itens eram espartanos e quem tinha a palavra final era os pais e os
professores.
É fato que
a tecnologia evoluiu em uma velocidade alarmante quando comparada a outros
aspectos de nossas vidas e no planeta, porém com dificuldades de
dimensionamento, leia-se no sentido de acessibilidade e aplicabilidade no
contexto educacional.
Conforme
Pretto;
São muitas as tentativas
de sistematização da evolução científica e tecnológica no mundo das
comunicações. A invenção do transistor e o conseqüente desenvolvimento dos
sistemas computacionais são sempre apontados como marcos importantes neste
universo.(1996)
A chave
para abrir esse mundo contemporâneo nos foi apresentada nas décadas seguintes
com o ingresso na faculdade, onde a internet passa a fazer parte da realidade
do mundo acadêmico e, rapidamente vai se despontando como elemento de conexão indispensável na
produção de conhecimentos e cultura.
No entanto,
conforme referenciado por Pretto,
[...] a pura e simples
introdução destas tecnologias não é garantia desta transformação. Esta
introdução é, portanto, uma condição necessária mas não suficiente para que tenhamos um sistema
educacional compatível com o momento histórico. Desta forma, introduzir estas
tecnologias exige compreender de forma mais ampla a necessidade de fortalecer
os nós - as unidades escolares que por
sua vez articulam-se intensamente com os valores locais - de tal forma a dar
maior visibilidade aos nós
desta rede, aumentando concomitantemente a conectividade entre estes nós,
estabelecendo-se com isso as rede de conexões [...] (1996)
Nossa educação ainda é centrada em
velhos paradigmas e incompatíveis com o momento histórico. Quando falo em
“velhos” paradigmas me referido a três grandes falácias que, [...] como afirmou Emilia Ferreiro para a Revista TV Escola. Segundo ela,
insistimos ainda que a aprendizagem deve se dar sempre do concreto para o abstrato, do próximo para o distante e do fácil para o difícil (MEC 1996). (PRETTO, 1996)
O resultado desse pensamento será
refletido nas dificuldades de compreender as transformações contemporâneas
sinalizadas em todas as áreas: trabalho, lazer, social e educacional. Ignorar
tal realidade é desconhecer as transformações
e necessidades de nossos jovens e adolescentes.
Para Pretto;
Precisamos compreender
mais de que forma esta geração
X (novas tribos) convive
simultaneamente com os vídeo-games, televisões, Internet, esportes radicais,
tudo simultaneamente, de forma múltipla e fragmentada, tudo ao mesmo tempo.
Esta geração já relaciona-se com as novas medias de forma diversa e já existem
sinais de um novo processo de produção de conhecimento, ainda desconhecido pela
escola. (1996)
As tecnologias transitam em nossas
realidades da mais diferentes formas, embora desconhecida ou ignorada pelas
escolas, fato que mediante todos os avanços, esta continua a enfatizar apenas a
formação de mão de obra, porém este conceito está mudando.
Até aqui conseguimos dois pontos
importantes. Primeiro que as transformações do sistema educacional passa
obrigatoriamente pela metamorfose dos professores com formação pedagógicas
condizentes com o contexto histórico, segundo maior interação entre os mundos
da comunicação e informação com a educação , haja visto, que há grande
distâncias entre os dois primeiros com o processo educacional em nosso país,
onde a desigualdade social é acentuada.
Retomando a questão da mão de obra
temos que pensar que tecnologia de ponta não se faz com mão de obra barata,
esse apontamento nos faz pensar que a desqualificação do sistema educacional
(professores e alunos) seja unicamente interesses de manobras e conchavos políticos.
Necessariamente temos que considerar como fundamental a introdução das
tecnologias e informações
nos processos de ensino
aprendizagem.
A introdução por si só não basta é
necessário compreender a sua real
necessidade de forma ampla – instalações satisfatórias e profissionais
treinados para o processo coletivo de produção de conhecimento.
A escola, conectada,
interligada, integrada, articulada com o conjunto da rede, passa a ser mais um
elemento vital deste processo coletivo de produção de conhecimento. Nesta
navegação, portanto, percorremos caminhos ilimitados, sem fronteiras. (PRETTO,
1996)
Para temos uma modernização do
sistema é mister uma transformação profunda em todos os setores em engloba a
sociedade com implantações de políticas condizentes com as transformações da
sociedade.
Referências: