É unânime a necessidade de ressignificar os procedimentos e instrumentos de avaliação da aprendizagem em geral e os fins a que se destinam. Destaca-se, ainda, a importância de contextualizar os procedimentos avaliativos incluindo-se outras variáveis de análise, além daquelas referentes aos alunos, apenas. Penso que os rumos da avaliação devem estar a serviço da implementação
dos apoios necessários ao progresso e ao sucesso de todos os alunos, bem como
para a melhoria das respostas educativas oferecidas no contexto educacional
escolar e, se possível, no familiar.
Para iniciarmos a escrita menciono o caso da avaliação na educação infantil, esta realizada na maioria das escolas de forma classificatória do aluno, sem ao menos ter a finalidade de auxiliar e orientar os educadores na tomada de decisões que contribuam para o aprimoramento de respostas adequadas às necessidades dos alunos. Pelo contrário, a preocupação é avaliar somente o aluno no que "aprendeu". Atualmente não vejo esse recurso sendo usado como forma de aprimoramento da escola e do professor.
Outro questionamento é para que avaliar na educação infantil se os alunos não tem a obrigatoriedade de passar de ano, eles vão galgando de um ano letivo para o outro sem a exigência de resultados contabilizados. Não quero com isso abolir a avaliação, mas que esta venha de fato com a preocupação de levantar questões que servirá para a tomada de decisões acerca do que é preciso fazer para atender às necessidades identificadas, isto é, para construir caminhos que permitam a remoção de barreiras para a aprendizagem, ou seja, que a avaliação é um processo de coleta de dados com pelo menos dois propósitos: identificar necessidades e tomar decisões, deve-se analisar, permanentemente, todos os elementos constitutivos do processo de ensino e de aprendizagem. Tal avaliação, pois, é um processo permanente e contínuo, que deve ocorrer na escola, compartilhado por todos os que nela atuam.
Se partimos da ideia de que a avaliação é medida dos desempenhos dos alunos está fortemente enraizada no imaginário dos educadores e dos aprendizes, logo, fica mais evidente a necessidade de rever os padrões atuais de avaliação quando falamos educação especial, onde precisamos levar em consideração as
diferenças individuais - usado os mesmos critérios que são usados para os “outros” ditos normais. Particularmente em se tratando de pessoas com
deficiências e com limitações decorrentes de suas necessidades especiais, a avaliação torna-se inclusiva, na
medida em que permite identificar necessidades dos alunos, de suas famílias,
das escolas e dos professores. Mas identificá-las, apenas, não basta. É preciso
construir propostas e tomar as providências que permitam, concretamente,
satisfazê-las em oferecer subsídios para a indicação dos apoios e
recursos pedagógicos que contribuam para a remoção das barreiras para a
aprendizagem e para a participação de todos os alunos.
fonte:
Avaliação para identificação das necessidades educacionais
especiais
Saberes e práticas da inclusão : avaliação para
identificação das necessidades educacionais especiais. [2. ed.] / coordenação
geral SEESP/MEC. - Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. 92 p.
(Série : Saberes e práticas da inclusão) 1. Necessidades educacionais. 2. Aluno
portador de necessidades especiais. I. Brasil. Secretaria de Educação Especial.
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