O autismo tem como característica
o desenvolvimento acentuado atípico na interação social, comunicação e pela
presença de um repertorio marcadamente restrito de atividades de interesses.
Desse modo observa-se uma dificuldade de comunicar-se de maneira usual com as
pessoas, assim como no âmbito escolar, vejamos:
Observo que a ausência de respostas das crianças autistas deve-se, muitas vezes, à falta de
compreensão do que está sendo exigido dela, ao invés de uma atitude de
isolamento e recusa proposital. Até que
ponto o retraímento social dos autistas não resultaria da falta de oportunidades
oferecidas, mas do que algo inerente à própria síndrome, afinal o
ser humano está inatamente programado para estabelecer vínculos sociais.
Em outra palavras,
proporcionar às crianças com autismo oportunidades de conviver com outras da
mesma faixa etária possibilita o estimulo às suas capacidades interativas,
impedindo o isolamento contínuo. Fica evidente que crianças com desenvolvimento
típico fornecem, entre outros aspectos, modelos de interação para as crianças
com autismo, ainda que a compreensão social desta última seja difícil. A
interação com pares é a base para o desenvolvimento, como para o de qualquer
outra criança.
A partir da sua inclusão no
ensino comum, possa oportunizar os contatos sociais e favorecer não só o seu
desenvolvimento, mas de outras crianças na medida em que estas últimas convivam
e aprendam com as diferenças. Lamentavelmente crianças com
prejuízos e déficits cognitivos acentuados, como psicóticos e autistas, não são
considerados em suas habilidades educativas, devido o fato de existirem poucos
estudos sobre inclusão de crianças autistas na rede comum de ensino. Por isso,
a atuação do professor é fundamental para que a inclusão escolar aconteça de
forma satisfatória.
Outro erro, que noto com frequência, diz respeito as dificuldades do professor em diferenciar inclusão de integração:
Integração: investe-se na possibilidade de
indivíduos com deficiência frequentarem escolas comuns de ensino, cujo o
currículo e método pedagógicos estão voltados para crianças “normais”.
Pontuo na necessidade de orientação aos
professores, pois é a falta de conhecimento a respeito dos transtornos
autísticos que o impedem de identificar
corretamente as necessidades de seus alunos com autismo, bem como, a tendência a
centralizar suas preocupações em fatores pessoais como, medo e ansiedade frente
à sintomatologia mais do que à criança em si. no cotidiano escolar observo outro entrave que muitos educadores
resistem ao trabalho com crianças autistas devido a temores em não saber lidar
com a agressividade delas – aliás, um aspecto que não é necessariamente característico
desta condição. Revelando a ideia distorcida que os professores tem sobre o
autismo, principalmente quanto à (in)
capacidade de comunicação, e essas concepções parecem influenciar as pratica
pedagógicas e as expectativas acerca da educabilidade desses alunos. A dificuldade, em geral, dos
professores se apresentam na forma de ansiedade e conflito ao lidar com o “diferente’.
Um processo de inclusão mal sucedido pode aumentar os riscos de isolamento,
rejeição dos pares e baixa quantidade de amizade.
Uma criança que apresenta
deficiência, pode beneficiar-se da experiências sociais, e na medida que os
conteúdos vão sendo desenvolvidos e
“aprendidos’ por esses alunos, torna-se possível a entrada de novos conteúdos.
justificando o texto julgo necessário fundamentar a escrita com o intuito de pontuar dificuldades que se fazem presentes no cotidiano escolar, pois são averbações fidedignas do que observo na lida com um alno autista. Por outro lado, hoje encontramos textos onde nos possibilita a reflexão sobre o tema, mais, saber que é possível mudarmos nosso viés de tudo o que nos foi ensinado calcados tempos remotos, desde que, tenhamos motivação para ir em busca do saber com a finalidade de derrubar tabus impostos a nós educadores sem nenhuma base cientifica, apenas pela dedução do preconceito.
fonte: CAMARGO, Síglia Pimentel Hoher Camargo; BOSA, Cleonice Alves. COMPETÊNCIA SOCIAL, INCLUSÃO ESCOLAR E AUTISMO: REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA. Psicologia & Sociedade, 21 (1): 67-71, 2009