Sinopse: historia de
um menino cujo o pai o proíbe de chorar sob a alegação que homem não chora.
Nito se torna uma criança triste e adoece de tanto engolir o choro. O menino é levado
ao médico e este o aconselha a “desachorar”.
Descrição da atividade: os alunos do Pré I A foram convidados a
sentarem em roda para discutirmos uma pergunta lançada para eles: menino pode chorar?
Após assistir o filme e ouvir
diversas repostas registramos algumas falas onde a maioria afirmava
negativamente.
Menino não chora por que ele é macho!
Não pode chorar, só quando apanha!
Se eu não chorar eu ganho carrinho!
Eu choro. O menino parou de chorar porque ele era forte!
Retomamos a discussão com o intuito de analisar se houve troca de
opiniões entre os alunos, após serem registradas, convidei meninas e meninos para se vestir e brincar do sexo oposto. As meninas
demonstraram alegria e espanto, enquanto dois meninos apenas aceitaram a
brincadeira. O primeiro garoto se vestiu, maquiou e brincou muito a vontade, o segundo apenas se limitou em
vestir-se de menina, mas recusou em fazer pinturas no rosto.
O Objetivo da atividade era fazer uma abordagem positiva e discreta ao tema lançado para a turma: Menino pode chorar? Duas
crianças foram destaques na abordagem suscitada. a primeira filho de pais casados e a cultura
machista fortemente presente na vida familiar. A mãe, de acordo com relatos do
filho em sala de aula, é retratada em casa como medrosa, chorona e muito brava.
Ele e o pai fazem brincadeiras de sustos
e preconceituosas colocando a progenitora na figura de fragilidade. Essa mesma
criança a qual iremos denominar de “A” foi muito enfática que homem não chora,
não gosta de meninos de brincos e tivesse um amigo de cabelos cumpridos não
brincaria com o mesmo, pois segundo suas palavras, tudo isso é coisa de menina.
Mesmo após varias colocações de outros colegas , o menino “A” continuou com seu
posicionamento.
O segundo o qual será denominado
“K” apresentou um comportamento inverso de “A”, aquele totalmente a vontade na
atividade mencionando que ser menina era também muito legal. Essa criança é criado apenas com a figura materna, onde a mãe
é a única referência e tida como seu apoio e escudo.
Por meio de uma escuta sensível
busquei compreender a historia de vida dessas crianças e entender porque para
um os valores e preconceitos são tão arraigados, ao passo que para o segundo a
questão é vista como normal e sem
levantar questionamentos preconceituosos. A criança por natureza sente e pensa
o mundo de um jeito próprio, são os adultos que interferem nesse processo
ofertando a elas, crianças, características, falas e exemplos que desvalorizam o
próximo socialmente. Os preconceitos muitas vezes é oriundo da cultura familiar que possui valores
preconcebidos. Aponto no sentido que é possível mudar essa realidade por duas vertentes:
a primeira diz respeito ao processo de aprendizagem que ocorre por toda a vida,
sempre se aprende sobre varias coisas, espaços e ambientes oportunizando a
todos reavaliar seus conceitos. A segunda solução encontra-se no âmbito escolar,
dependendo como é tratada a questão da diversidade, a escola pode auxiliar as
crianças a valorizar sua cultura, seu corpo, seu jeito de ser. Contudo, a prerrogativa no âmbito escolar ainda encontra-se truncada, na medida que muitas escolas não possui a temática das relações étnicos raciais nos seus projetos pedagógicos, e, como citado nas Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico Raciais.
"... o tema trabalhado permanentemente e nessa perspectiva é possível criar condições para que não mais ocorram intervenções meramente pontuais, para resolver problemas que surgem no dia a dia relacionados ao racismo. Aos poucos, o respeito à diversidade será um principio das instituições e de todas as pessoas que nela atuam."
fontes:
Rosa, Sonia. O MENINO NITO.
Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico Raciais, página 168.
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