domingo, 9 de dezembro de 2018

OBSERVAR: O QUE PROPORCIONOU!





UMA ARTE QUE  DÁ GOSTO
É OBSERVAR O BERÇÁRIO, 
POIS ELES NÃO TEM SEGREDO
DIFÍCEIS DE DECIFRAR!
(inspirado em um poema de Ricardo de Azevedo)

 Com o avanço do curso de Pedagogia e os textos sugeridos para leitura, entendi que se faz necessário observar e refletir sobre o comportamentos dos alunos, assim comecei exercer as duas sugestões na prática em sala de aula. Teria inúmeros exemplos para relatar aqui, mas escolhi um tema que deixa muitos professores aflitos quando o assunto é desfralde. 

Devido os apontamentos realizados, sobre o desfralde, ocorrido no ano passado resolvemos abolir o desfralde coletivo em troca de mais estímulos para os pequenos, como, uso da escada para eles no momento das trocas da fraldas, perguntar quando íamos trocá-los se estava com xixi ou cocô e, ao retirar a fralda mostrar o que eles haviam feito. Logo, começamos a perceber que as crianças começaram a demonstrar interesse e curiosidade pelo que havia na fralda, bem como, entre eles,  queriam olhar na fralda do colega o que havia na mesma. Nesse momento percebemos que havíamos entrado na fase do desfralde com eles sem mesmo percebemos e de forma prazerosa. Com isso, concluímos que aquele velho desfralde, que era comum aos nossos olhos, não havia mais razão de existir, ou seja, o coletivo, sem  respeitar e identificar a maturação de cada criança. 

Diante dessa constatação percebemos que  o desfralde é da criança e não do adulto, tão pouco um treinamento oferecido pelo adulto. Induzir a criança para tal atitude é desrespeitar o tempo de aprendizado da mesma, podendo ser prejudicial ao seu desenvolvimento e acarretando problemas graves que se estenderão na infância e vida adulta.

Outrora,  também na fase do desfralde, é normal acontecer os escapes, regressão e evolução, exemplo, voltar a fazer xixi na calça após o desfralde completo. Nesse momento é necessário estar atento aos sinais da criança, conversar com ela para saber os reais motivos e acalmá-la, ter paciência. Jamais ofender ou agredir verbalmente o infanto. 

De acordo com a Presidente do Departamento Cientifico de Pediatria Ambulatorial da SBP - Sociedade Brasileira de Pediatria, Mariane Franco, o desfralde "é uma transição da vida da  criança. Requer dedicação dos pais e paciência. É preciso que aconteça no tempo certo, geralmente a partir dos 2 anos e normalmente a criança já comanda os esfincteres".  Aos educadores cabe incentivar o inicio da retirada das fraldas ao perceberem que a criança estar preparada para tal ato: a criança já aprendeu a andar, tem paciência para ficar sentada, presta atenção nos que os adultos dizem, compreende que possui desejos, realiza suas necessidades fisiológicas em horários previsíveis são alguns sinais, entre outros, que a criança sinaliza para o inicio das retiradas das fraldas.

Na escola temos o procedimento de chamar a família para uma reunião de orientação, porque além de orientar a criança para a transição é preciso também orientar os adultos. Afinal, a maior tarefa do adulto é estimular a criança a passar essa fase por conta própria. E graças ao ato de refletir e observar dos meus colegas e eu, o desfralde a partir desse ano foi totalmente revisto e alterado com o intuito de ser mais humanizado aos pequenos. 

bibliografia:

BRAZELTON, T. Berry. SPARROW, Joshua D.Tirando as fraldas. Ed. Artmed, 2005

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