terça-feira, 10 de abril de 2018

EJA E AFETIVIDADE

A criação do (a) EJA possibilitou alternativas para jovens e adultos que por motivos alheios não puderam frequentar a escola regular, são pessoas com diversas particularidades sócio e financeiras precárias, embora a maioria tenha  começado a  trabalhar muito cedo recebem rótulos de marginalizados e não se enquadram nos padrões ditados pela sociedade. Observamos que são cidadãos com forte carga negativa para vencer nos estudos, pois depois de uma longa jornada de trabalho como se dirigir a escola de forma prazerosa? Ocasionando uma alto índice de evasão escolar.

O que poderia ser eficaz para reduzir tal estatística? 

Primeiramente, como preconizava Paulo Freire, uma educação democrática e libertadora. O professor deve ter conhecimento prévio das bagagens de vida desses alunos e conscientizá-los que são agentes produtivos de conhecimentos e culturas. Incentivar, resgatar sua autoestima, mais importante, todos são capazes de aprender. Segundo lugar, a afetividade como ponto de partida e apoio surtirá como tática proveitosa que os conectará em sala de aula. A educação se dá no mundo da convivência, bem como no interior do individuo, vejamos o que defende MATURANA:

 "... um processo em que a criança ou adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro" (MATURANA, 2001, P. 29).
Num terceiro apontamento penso não ser fácil para o aluno colocar-se no ponto de vista do professor, tão pouco o professor dar-se conta que o aluno tem raciocínio diferente do seu, mais uma vez trago os ensinamentos de MATURANA, (2001, P. 43)), qualquer relação social depende de assumirmos as capacidades do outro envolvido nessa relação, e, se isso não ocorrer, essa relação deixará de ser social. O educador precisa colocar-se no lugar do educando, tentando compreender suas dúvidas a fim de lhe dar as respostas de que está necessitando e que está preparado para ouvir. Diferentes verdades existem, como tantos sujeitos existem, e devem ser respeitadas.  
 
 “[...] ninguém é analfabeto porque quer, mas como consequência das condições de onde vive” (FREIRE, 1986). 

Referências:

FREIRE, Paulo. 1986. Carta a uma alfabetizadora - Fascículo - Vereda - São Paulo. ___________. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 16. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002 ___________. Política e Educação: ensaios. 5 ed. São Paulo: Cortez, 2001 (Coleção Questões de nossa época; v. 23) GADOTTI, Moacir ; ROMÃO, José E. (Orgs). Educação de jovens e adultos: teoria, prática e proposta. 11.ed. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2010. (Guia da escola cidadã; v.5)

MARQUES, Tânia Beatriz Iwaszko. Interdisciplina Psicologia na vida adulta. Powerpoint Aprendizagem na vida adulta.

MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001

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